Revista de Vinhos - Edição 371 (2020-10)

(Antfer) #1
PRODUTO

no formato, e também magro, depois de viajar
por toda a Europa a visitar fábricas. Era um
visionário e um homem muito fora da caixa.
Foi também ele, aliás, que lançou o cinema em
Esposende”, conta-nos Bárbara. Não seria fácil
a introdução no mercado de um queijo branco,
magro, sem corantes e sem conservantes, num
formato atípico. Contudo, se primeiro se estra-
nhou, depois entranhou-se. E, atualmente,
a procura é tanta que esgota facilmente. Tal
como a manteiga, o queijo é totalmente natural.
É feito tal e qual como em 1954 ou seja, com-
pletamente artesanal, e essas são razões para
prazos de validade muito curtos.
De facto, há quem trabalhe aqui há 46 anos,
como é caso de Fernanda, uma das operárias
que confirma que a batedora ainda é a mesma
e todo o ritual de preparação completamente
artesanal. Os métodos de fabrico são, assim, os
mesmos há 65 anos, mas a obrigatoridade de
usar máscara veio densificar os ritmos de tra-
balho destas verdadeiras heroínas que chegam
mesmo a embalar também à mão os produtos.
“Aqui é tudo 100% natural, até a fermentação,
feita através do frio, sem qualquer tipo de cul-
tura láctea adicionada”, alerta ainda Sílvia.
Na sala ao lado, uma bela tina oval acolhe um
banho de leite em repouso, processando-se a
coagulação. Só para um quilo de queijo magro
são usados 13 litros de leite e o prazo de vali-
dade pode ir até aos três meses
O leite é pasteurizado, arrefece e depois é cen-
trifugado e homogeneizado, sendo seguida-
mente coagulado.
De seguida, as liras de corte separam o soro da
massa, que é posteriormente lavada e prensada
para se enformarem os queijos, quando é atin-
gida uma textura mais consistente. São cerca
de 400 queijos enformados diariamente, à mão,
como tudo o resto, e com vários tamanhos.
Os laticínios da Marinhas vendem-se pratica-
mente dentro de portas, no mercado nacional,
já que o seu curto prazo de validade não torna
viável a exportação. O queijo é ainda posterior-
mente salgado, com procedimentos diferentes
caso seja magro, de bola, em barra, gordo ou
amanteigado, colocando-se numa câmara de
cura a 10 graus.


Uma escolha “à la carte”


Se o queijo magro apenas permanece uma
semana na câmara de cura, o gordo obriga a 15


dias ou até um mês, consoante o gosto, e cada
lote tem escrito, manualmente, a data e o tempo
de cura. “Nós temos vários tipos de queijo e o
consumidor pode escolher o que preferir, como
um menu ‘à la carte’. Há clientes que querem
um queijo magro quase fresco a sair da cuba e
outros que gostam dele bem curado. Podemos,
assim, fazer queijo à medida porque esta é uma
empresa familiar”, enfaliza Bárbara.
Mas, apesar de se respeitarem os procedi-
mentos há quase 50 anos, também há lugar
para a inovação. O queijo de cabra e a bisnaga
de queijo cremoso fundido com menos 10% de
gordura são algumas das novidades. Assim, a
par da manteiga, o consumidor pode degustar
outros produtos que a fábrica produz também
de forma artesanal, para além do queijo
Marinhas magro, o queijo Cávado (flamengo),
o queijo amanteigado e o queijo fundido.
Esta gama de artigos completa a oferta desta
empresa que aposta na história para marcar a
diferença no mercado.
O queijo Marinhas Mini é um produto natural,
com adição de fermentos lácteos, cloreto de
cálcio e coalho. É fabricado com leite de vaca
pasteurizado português, de origem regional,
parcialmente desnatado. Quanto ao queijo cre-
moso é fundido, embalado em bisnaga de alu-
mínio, e fabricado a partir do queijo Marinhas,
com adição de sais de fusão. No portefólio da
casa existe ainda o chamado “Queijo Cávado”
e o “Queijo Ofir”, bem como o Queijo Marinhas
Amanteigado, de textura característica
untuosa, o que lhe acentua a sapidez e paladar.
Quanto ao queijo de cabra Marinhas é também
de fabrico artesanal, mas mais raro, dada a
maior dificuldade em arranjar leite de cabra de
origem regional.
Diabolizada pelo seu teor calórico em época
de barrigas lisas e abdominais desenhados, a
manteiga é, sobretudo, fonte de vitaminas A
e D essenciais à absorção do cálcio e possui
poder antioxidante (Vitamina E e Selénio) que
protege as artérias. Apesar de dever ser utili-
zada com moderação, é um alimento funda-
mental tanto pela presença de ácidos gordos
de cadeia curta como pelo reforço do sistema
imunológico. De facto, o ácido butírico, pre-
sente na manteiga favorece a implementação
da bioflora, bífida e acidófila, reduzindo as con-
dições inflamatórias. Tudo razões acrescidas
para a consumirmos, moderadamente, mas
sempre com muito prazer.

Manteiga

A par da manteiga, A par da manteiga,


o consumidor pode o consumidor pode


degustar outros degustar outros


produtos que a fábrica produtos que a fábrica


produz também de forma produz também de forma


artesanal, para além do artesanal, para além do


queijo Marinhas magro, o queijo Marinhas magro, o


queijo Cávado (flamengo), queijo Cávado (flamengo),


o queijo amanteigado e o o queijo amanteigado e o


queijo fundido. queijo fundido.


LACTÍCINIOS DAS MARINHAS
Av. 19 de Agosto, 4399 / 4740-575 Esposende
T. 253 961 176 / M. 966745627 / E. [email protected]
Horário: segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h30 e
das 14h00 às 18h00

108 · Revista de Vinhos ⁄ 371 · outubro 2020 @revistadevinhos

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