O Dia (2020-10-14)

(Antfer) #1

10 ECONOMIA QUARTA-FEIRA, 14. 10. 2020 I O DIA


SERVIDOR


Paloma Savedra n site: http://www.odia.ig.com.br/colunas/servidor n e-mail: [email protected]


Salário menor é ‘menina


dos olhos’ da reforma


Além do fim da estabilidade, União quer limitar remuneração do novo funcionalismo


WILSON DIAS / AGÊNCIA BRASIL

Paulo Guedes quer equiparar setor público ao privado e defende salário inicial menor do que é atualmente

A

pesar de não estar
sendo abordada de
forma enfática nos
debates sobre a re-
forma administrativa, a li-
mitação do salário inicial do
funcionalismo público é tam-
bém a ‘menina dos olhos’ da
equipe econômica do governo
federal. A PEC 32, que muda
as regras do RH do país, aca-
ba com a estabilidade para
futuros servidores e extingue
diversos benefícios. Mas re-
duzir a remuneração de quem
ingressar no cargo é uma das
metas da reforma.
Parlamentares que têm
defendido a reestruturação
do serviço público também
fazem coro com essa pro-
posta. O argumento deles e
do ministro Paulo Guedes
(Economia) é de que essa
limitação do salário inicial
também tem como objetivo
equiparar as regras da admi-
nistração pública brasileira
às da iniciativa privada.
Ainda no governo Temer,
técnicos da área de Plane-
jamento da União também
vislumbravam esse projeto.
Em 2018, propuseram, nos
bastidores, colocar o teto de
cerca de R$ 5 mil como re-
muneração para iniciantes.


FAZENDA VISTORIA

n A Secretaria Estadual de
Fazenda coloca em prática,
nessa semana, a Operação
Maçarico XIII. A ação inves-
tiga contribuintes suspeitos
de gerar créditos indevidos
de ICMS por meio da simula-
ção de operações de compra
e venda irregular. São alvos 38

estabelecimentos, que, segun-
do a Fazenda, movimentaram
(juntos) cerca de R$ 1,3 bilhão
em notas fiscais nos últimos 12
meses. O trabalho é gerencia-
do pela Superintendência de
Fiscalização e executado pela
Auditoria Especializada AFE
14 (Barreiras Fiscais e Volante).

Suspeitas de operações fictícias


n A Assembleia Legislativa do
Rio começou a enviar, ontem
à tarde, os convites a diversos
setores do estado para a reu-
nião que ocorrerá na próxima
segunda-feira cujo tema será
a partilha dos royalties, como
a coluna antecipou na edição
de ontem.
A presidência da Casa está
convocando reitores de uni-
versidades, a bancada flumi-
nense, a Firjan e representan-
tes do governo estadual para
uma mobilização. O objetivo é

articular o adiamento da aná-
lise da mudança nas regras
de distribuição dos royalties
de petróleo pelo Supremo
Tribunal Federal (STF).
A Corte marcou para 3 de
dezembro o julgamento da
ação que discute o tema. Se
os ministros do Supremo deci-
direm confirmar a alteração, o
Estado do Rio e municípios flu-
minenses (principalmente Ma-
ricá, Niterói, Campos, Macaé,
Rio das Ostras e Caxias) perde-
rão receita de forma drástica.

CONTRA A PERDA DE ROYALTIES

Alerj dá pontapé na mobilização


Áreas blindadas não foram definidas


> O projeto da equipe
do ex-presidente Michel
Temer era de que essa li-
mitação remuneratória
alcançasse mais de 300
carreiras, como a coluna
mostrou à época (na edi-
ção publicada em 27 de fe-
vereiro de 2018). Ficariam
de fora apenas algumas

áreas, como as da Polícia Fe-
deral e professores univer-
sitários por uma política de
“valorização da categoria”.
Hoje, as ideias propostas
naquele período estão sen-
do estudadas e algumas são
aproveitadas. Outras não.
Portanto, as carreiras que fi-
cariam blindadas desse teto

não foram definidas.
Fontes do Ministério
da Economia sinaliza-
ram à coluna que prova-
velmente apenas as áreas
que integram as carreiras
típicas de Estado que não
devem ser incluídas nes-
ses limites. Mas o martelo
não foi batido.

Municípios, como Maricá e Niterói, também perderiam muito

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