Clipping Banco Central (2020-10-15)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

"O Jilmar tem potencial de crescimento", afirma Gilberto
Carvalho.


Coordenador de comunicação da campanha de Tatto, o
deputado estadual José Américo cita o potencial de
transferência de votos de Lula e diz que o PT conta com
diretórios nas regiões de todas as subprefeituras, o que
confere capilaridade à campanha. Afirma que, com isso,
Tatto "vai passar de 20%".


Dentro do PT, porém, os simpatizantes de um acordo
pelo qual Lula estaria liberado para pedir votos para
Boulos afirmam que essa é uma eleição atípica em
decorrência da pandemia do coronavírus e que, por
isso, não se deve fazer projeções com base na trajetória
passada da sigla.


A um mês do primeiro turno, a campanha de Tatto
enfrenta percalços. Na noite do diai2, durante reunião
da coordenação de campanha, Carvalho queixou-se da
ausência de apoiadores de Tatto, horas antes, na saída
de uma igreja.


Segundo participantes da reunião, o ex-ministro disse
que o candidato estava sozinho, não era abordado por
eleitores nem acompanhado por militantes petistas.


José Américo afirma que a ausência de militantes
seguiu orientação dos padres, temerosos de
aglomeração devido à pandemia. Outra justificativa para
a ausência de apoiadores foi o fato de a agenda de
Tatto ter sido alterada no mesmo dia.


Na reunião da coordenação de campanha, foi discutida
também a possibilidade de punição de candidatos a
vereador que escondam o nome de Tatto no material de
campanha. Segundo petistas, a atuação de 20
candidatos a vereador com potencial eleitoral merecerá
maior atenção.


Em eleições anteriores, a esquerda foi dependente da
atuação de líderes de movi- mentos, associações e
entidades que promovem ações sociais na periferia.
Desta vez, os grupos estão divididos entre Tatto e


Boulos, conforme mostrou a Folha.

Artistas como Caetano Veloso e Chico Buarque,
intelectuais e personalidades historicamente ligadas ao
PT também chegaram a assinar um manifesto em
agosto em apoio a Boulos, ampliando o isolamento na
esquerda do nome do PT.

A própria convenção para lançar Tatto oficialmente foi
precedida de crise interna devido à possibilidade de
esvaziamento do evento.

Apesar da ameaça de uma derrota eleitoral
acachapante, líderes petistas duvidam da disposição de
Tatto de desistir da candidatura em favor de Boulos.

Patrocinador da candidatura de Luiz Marinho à
presidência estadual do PT e apoiador de Gleisi
Hoffmann para o comando partidário, Tatto teve o
suporte dos dois dirigentes petistas para barrar o
lançamento da candidatura do ex-ministro Alexandre
Padilha à Prefeitura de São Paulo.

Haddad chegou a procurar a ex-prefeita Marta Suplicy
para que ocupasse a vice de Padilha em uma chapa
para a prefeitura, mas a articulação foi abortada.

Segundo petistas, Marinho e Gleisi dissuadiram Lula de
trabalhar abertamente em favor de Padilha, sob o
argumento de que Tatto teria ampla maioria em uma
eleição indireta para a escolha do candidato. Tatto teve
312 votos. Padilha, 297.

Petistas duvidam até mesmo da chance de Lula
convencer Tatto a desistir. Além disso, uma ala do
PSOL, refratária ao PT, imporia um constrangimento a
acordo com petistas. Já no PT o setor ligado à moradia
faz restrições a uma articulação com Boulos, que
também atua com movimentos de sem-teto.

Um dirigente petista afirma, porém, que o desfecho de
qualquer articulação dependerá da dinâmica da
campanha até o fim de outubro. Com cuidado para não
melindrar os petistas, Boulos precisa crescer na
periferia para consolidar os votos de esquerda - e Tatto
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