Clipping Banco Central (2020-10-15)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
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das OSS (Organizações Sociais de Saúde), mas isso
implica, muitas vezes, em contratos precários e mão de
obra pouco qualificada.


A cobertura da atenção primária à saúde é insuficiente
na maior parte dos municípios. Também é considerada
pouco resolutiva, o que leva ao agravamento de
doenças.


Nas regiões Norte e Nordeste, cerca de 40% das
internações são de condições que poderiam ter sido
evitadas se tivessem sido mais bem cuidadas na
atenção básica.


Nesta quinta (15), três organizações da sociedade civil
lançam uma agenda com dez propostas para a saúde
pública a partir de um diagnóstico dos principais
problemas e sugerem o que é possível fazer para
enfrentá-los com o atual orçamento municipal.


Uma das propostas aos novos prefeitos, por exemplo, é
a adoção de medidas capazes de reduzir as filas de
espera, uma das principais queixas dos usuários do
SUS.


É recomendado que cada unidade de saúde tenha
muito bem definida a população que vai atender em
termos quantitativos e de suas necessidades em saúde
para que haja um planejamento correto das ações e
recursos.


Isso vai na direção contrária do que muitos candidatos
prometem: permitir que os moradores seja atendidos
onde desejarem.


Segundo Miguel Lago, diretor-presidente do IEPS
(Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), uma das
instituições responsáveis pela agenda, a ferramenta
será útil para que os futuros prefeitos melhorem seus
sistemas em momento de restrição fiscal.


"[A área da] saúde tira voto. Se você tem uma UBS que
não funciona direito, se você não dá acesso a outros
níveis de atenção à saúde, a retórica, o discurso político
não se sustenta por muito tempo."


Ele afirma que mesmo levando em conta as
particularidades de cada cidade, há evidências
mostrando que é possível adotar um conjunto de
práticas efetivas e politicamente viáveis.

Por exemplo, garantir consulta no mesmo dia
(presencial ou virtual), contar com uma estrutura básica
nos postos de saúde, como materiais para suturas, e ter
protocolos clínicos e apoio técnico de especialistas para
evitar encaminhamentos desnecessários.

O documento mostra os passos necessários para
implantar cada uma das ações e narra casos de
sucesso em municípios, como Curitiba (PR).

Para Lago, o carro-chefe das propostas é a redução das
filas de espera, uma situação que pode ser revertida
com uma organização melhor, sem envolver muito mais
gastos.

"Se o SUS quiser mesmo que a população se aproprie
dele e que realmente o defenda, você tem que pensar
minimamente no conforto das pessoas. E isso se traduz
em não ficar esperando um ano para ser atendido por
um especialista."

O primeiro passo seria auditar essas filas de espera e
ver o que é possível resolver na rede municipal com
ajuda de uma teleconsultoria com especialistas. Em
Joinville (SC), essa iniciativa ajudou a diminuir em 78%
a fila para a primeira consulta de ortopedia, com tempo
de espera reduzido de 13 para 2 meses.

A proposta do grupo é apoiar os prefeitos que
desejarem adotar as recomendações, conectando-os
com os municípios que foram bem-sucedidos nessas
iniciativas.

Além do IEPS, presidido pelo ex-presidente do Banco
Central, Armínio Fraga, a iniciativa conta com o apoio
do Instituto Arapyaú, fundado pelo empresário
Guilherme Leal (da N atura) e da empresa Impulsa.

PROPOSTAS
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