Clipping Banco Central (2020-10-15)

(Antfer) #1

O sucesso da TI na crise e as cidades


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Vinícius Torres Freire


As empresas de tecnologia de informação faturaram
mais em agosto do que logo antes do início da
epidemia, em fevereiro. É alta pequena, algo mais do
que 2%,e esse tipo de serviço era o que crescia mais
rápido antes da calamidade, mostram os dados do
IBGE.


Dada a devastação na média do setor de serviços, é um
alívio, compartilhado com o mercado financeiro, aliás.
Não por acaso, volta a se ouvir das firmas de TI que
falta gente para contratar.


Para voltar ao nível de faturamento de fevereiro, o
conjunto dos serviços precisa ainda crescer quase 11%.
No caso dos ditos "serviços às famílias", terríveis 72%.
No rótulo " serviços às famílias" estão hotéis,
restaurantes e similares, cultura, recreação, lazer,
esportes, cursos, academias, lavanderias, salões de
beleza e afins.


Em um resumo muito estilizado, dá para dizer que a
transformação tecnológica é prioridade e continua; a


vida nas cidades, nas ruas, continua muito abaixo do
que se chamava de normal, no início do ano.

Para o IBGE, a categoria "serviços de tecnologia de
informação" inclui desenvolvimento de programas de
computador, consultoria em TI, tratamento de dados,
provedores de conteúdo, portais e hospedagem na
internet. É intuitivo que a demanda desses serviços
tenha resistido. A mudança tecnológica é forte,
empresas tiveram de reforçar ou expandir sua
infraestrutura de TI para trabalhar durante o
distanciamento e devem ter experimentado meios de
poupar custos por causa do choque do vírus.

Empresas talvez tenham descoberto que podem manter
parte de seus empregados em teletrabalho permanente,
que podem contratar empregados em outra região ou
até pais, contratar por empreitada (por horas ou tarefa),
substituir trabalho por automação ou terceirizar. Parte
do trabalho no "home office" pode ser uberizado.

Em um primeiro momento, pelo menos, pode haver
impacto negativo no número de posto de trabalho,
embora cortes em um setor não impliquem
necessariamente redução geral do nível de emprego. A
vida nas cidades pode mudar, no entanto, se não
houver alternativas à vitalidade urbana dessas
aglomerações de trabalhadores que são as empresas
tradicionais, digamos. Pode ser que a queda de preços
de escritórios, por exemplo, estimule o surgimento de
ocupações desses espaços por outros negócios ou
finalidades. Mas não sabemos.

Sabemos que a vida nas cidades ainda está em
situação crítica. O movimento de passageiros no Metrô
de São Paulo em setembro ainda era43% inferior ao do
mesmo mês do ano passado (em abril, fundo do poço,
fora 80% menor). Em agosto, na CPTM, a empresa de
trens metropolitanos, 47% menor em relação a 2019. A
venda de gasolina no país em agosto era 10% menor
que em agosto do ano passado, dado da ANP.

Em outubro, as vendas nos postos de gasolina com
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