Bolsa e dólar mantêm trajetória de alta apesar de queda dos índices nos
EUA
Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Steven Mnuchin
Clique aqui para abrir a imagem
são paulo Apesar da queda dos índices americanos
nesta quarta-feira (14), a Bolsa brasileira manteve a
trajetória de recuperação após as perdas de agosto e
setembro. O Ibovespa fechou em alta de 0,8%, a 99.334
pontos, maior patamar desde 17 de setembro, quando a
Bolsa estava a 100 mil pontos.
O índice foi impulsionado pela alta de 9,2% nas ações
da JBS, a R$21,48, após o braço americano da
empresa firmar acordo com o Departamento de Justiça
dos Estados Unidos, declarando-se culpada de violar
legislação americana contra corrupção, com pagamento
de multa de cerca de US$ i28milhões (R$ 717 milhões).
O acordo retira parte de incertezas que ainda pairavam
sobre os planos da IBS de abrir capital de suas
operações internacionais nos EUA.
Como a agenda política vai se esvaziando com a
proximidade das eleições, investidores focam nos
resultados das empresas no terceiro trimestre, que
começaram a ser divulgados nos Estados Unidos nesta
semana.
A maioria dos grandes bancos americanos teve queda
no lucro, derrubando os índices acionários locais.
Comentários do secretário do Tesouro dos EUA, Steven
Mnuchin, de que um acordo de republicanos e
democratas para um novo pacote de estímulo
provavelmente não sairá antes do pleito fragilizaram
ainda mais o sentimento.
"Ter algo antes das eleições e executá-lo seria difícil,
mas vamos tentar continuar a trabalhar nessas
questões", afirmou Mnuchin nesta quarta.
O S&P 500 recuou 0,66%, Dow jones 0,58% e a
Nasdaq, 0,8%.
O viés negativo levou o dólar a se fortalecer, fechando
em alta de 0,4%, a R$5,6030, maior valor desde a
quarta passada (7), quando foi a R$5,6230.
Nesta quarta, Bank Of America, Wells Fargo e Goldman
Sachs divulgaram os resultados do terceiro trimestre.
Enquanto o lucro dos dois primeiros caiu, o do terceiro
quase dobrou.
O BofA foi atingido por maiores provisões para perdas
com crédito e um declínio na receita, o que levou o lucro
líquido a cair 15,8% para US$ 4,44 bilhões (R$ 24,77
bilhões), de US$ 5,27 bilhões (R$ 29,4 bilhões) um ano
antes. As ações do banco caíram 5,3%, a US$23,62 (R$
132,27).
O Wells Fargo teve uma queda de 56% em seu lucro
com aumento de despesas. O banco lucrouUS$2bilhões
(R$n,2 bilhões)no terceiro trimestre e não vê uma
recuperação da receita o curto prazo e pretende fazer
demissões para reduzir custos. Os papéis do banco se
desvalorizaram 6%, a US$ 23,25 (R$ 130,20).