Clipping Banco Central (2020-10-15)

(Antfer) #1

FMI: dívida pública brasileira vai passar de 100% do PIB este ano


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - FMI

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WASHINGTON


O aumento de gastos para combater a pandemia fará a
dívida pública brasileira saltar de 89,5% do Produto
Interno Bruto (PIB) em 2019 para 101,4% este ano,
segundo projeções do Fundo Monetário Internacional
(FMI) divulgadas ontem, no relatório Monitor Fiscal -
Políticas de Recuperação. Na terça-feira, o Fundo
afirmou esperar uma recessão menos severa em 2020,
tanto no Brasil como no mundo.


O endividamento brasileiro manterá trajetória de alta até
2025, quando atingirá 104,4% do PIB. Nesse período, a
situação das contas públicas do Brasil será a mais frágil
entre as principais economias emergentes, como China,
índia, México, Rússia e África do Sul.


Os números pioraram na percepção do FMI sobre a
trajetória da dívida pública brasileira. Em abril, estimava-
se que a relação dívida/PIB do país atingiria 98,2% em
2020, caindo nos anos seguintes.


Apenas África do Sul e índia ultrapassarão o patamar de
80% do PIB nos próximos anos, mas ainda longe da


marca de 100% do PIB.


  • Os elevados níveis da dívida pública não são o risco
    mais imediato. A prioridade é evitar a retirada prematura
    do estímulo fiscal. Este deveria ser mantido pelo menos
    durante 2021 para sustentar a recuperação. Saúde e
    educação devem ser prioridades para todos - afirmou o
    diretor de Assuntos Fiscais do FMI, Vitor Gaspar.


TAXAR OS MAIS RICOS

Entre as 40 nações emergentes e de renda média
acompanhadas pelo FMI, o Brasil terá o segundo maior
nível de endividamento neste ano, atrás apenas de
Angola, com 120,3% do PIB. A Venezuela ocupava a
segunda posição até o ano passado, mas o Fundo não
apresenta mais estimativas para o país.

Em 2022 o Brasil terá a maior dívida/PIB, 103,5%,
contra 93,8% de Angola.

Entre as economias avançadas, Estados Unidos e
Japão têm a situação mais delicada: 131,2% e 266,2%
do PIB este ano, respectivamente. Mas são países
considerados capazes de pagar sua dívida e não
enfrentam dificuldade para obter financiamento.

Globalmente, a dívida pública vai passar de 83% para
98,7% do PIB em 2020, estabilizando-se no patamar de
100% em 2025.

Ainda assim, o Fundo defende que, apesar da queda na
arrecadação, os países continuem gastando para
combater os efeitos da pandemia. "E necessário mais
suporte para proteger quem não pode ganhar a vida sob
as atuais circunstâncias e para promover uma forte
recuperação."

Na terça-feira, a economista-chefe do FMI, Gita
Gopinath, afirmou que os governos devem considerar
elevar os impostos "sobre as faixas de renda mais
elevadas, ganhos de capital e fortunas".
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