Clipping Banco Central (2020-10-15)

(Antfer) #1

Brasília vai debater os impostos progressivos sugeridos pelo Fundo?


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - FMI

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Autor: RENATO ANDRADE
[email protected] são paulo


O retrato das finanças públicas mundiais revelado
ontem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)
mostra o tamanho do desafio que as economias globais
enfrentarão para tentar pôr as contas no lugar, com a
pandemia do novo coronavírus. Como sempre, a tarefa
será mais difícil para países como o Brasil.


Desde o início da crise sanitária, economistas e
instituições que acompanham a situação fiscal das
nações foram unânimes em dizer que era preciso gastar
mais para evitar um desastre. Estabeleceu-se uma
espécie de suspensão das boas práticas fiscais para
que os Estados pudessem assegurar proteção para
seus cidadãos, especialmente os mais pobres.


A concordância com o caminho escolhido, entretanto,
jamais escondeu as dificuldades que se apresentariam
no futuro, quando os países começariam o trabalho de
readequar suas despesas ao tamanho de seus caixas.


O cenário traçado pelo FMI para o ritmo de


endividamento do governo brasileiro mostra que o
caminho da volta, por aqui, tende a ser bem mais difícil.
Pelos critérios do Fundo, a dívida pública atingirá ainda
neste ano valor superior a tudo o que se produz de
riqueza no país. O patamar colocará o Brasil como a
segunda economia emergente mais endividada do
planeta.

Endividamento não é problema se quem está devendo é
considerado bom pagador e é percebido, por quem
concede crédito, como alguém que tem condições de
colocar suas contas em dia. Mas as dúvidas sobre o
futuro da política fiscal brasileira são reais e
disseminadas, o que mostra que o financiamento da
dívida pode custar caro ao país.

O FMI reconhece que a política fiscal continuará sendo
essencial no processo de recuperação pós-pande- mia,
mas lembra que o desafio agora é "fazer mais com
menos". Quem está em condições financeiras mais
apertadas terá de reavaliar gastos e pensar em outras
receitas. O Fundo chega até a sugerir a adoção de uma
política de impostos mais progressiva - quem ganha
mais, paga mais - para pessoas físicas e empresas.

Será que alguém em Brasília está disposto a fazer esse
debate?

oglobo.globo.com/analitico

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
FMI, Banco Central - Perfil 1 - Fundo Monetário
Internacional
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