Operação da PF flagra senador com dinheiro vivo na cueca
Banco Central do BrasilO Globo/Nacional - País
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da PrevidênciaClique aqui para abrir a imagemAutor: AGUIRRE TALENTO E JULIA LINDNER
Uma operação deflagrada ontem pela Polícia Federal
para investigar desvios, envolvendo parlamentares, na
aplicação de recursos de combate ao coronavírus
resultou na apreensão de dinheiro vivo dentro da cueca
de um dos vice-líderes do governo Bolsonaro no
Senado, Chico Rodrigues (DEMRR), segundo relataram
pessoas com acesso ao caso. A operação foi batizada
de Desvid-19.
Os investigadores que cumpriam um mandado de busca
e apreensão na casa do senador, em Boa Vista,
encontraram cerca de R$ 30 mil no local. Parte das
notas de dinheiro estaria entre suas nádegas. Ainda
segundo informaram fontes com acesso à apuração, a
PF registrou em fotos e vídeos o momento dessa
apreensão. A informação foi antecipada pela revista
"Crusoé" e confirmada pelo GLOBO.
A operação foi deflagrada com autorização do ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto
Barroso para investigar desvios milionários em recursos
de combate à pandemia destinados por meio de
emendas parlamentares à Secretaria de Saúde de
Roraima. Durante a sessão de ontem do STF, Barroso
chegou a falar sobre a operação, sem entrar em
detalhes sobre o que foi apreendido nem citar o nome
do senador. Barroso demonstrou perplexidade com o
fato de haver indícios de desvio de recursos de combate
à pandemia.Ainda hoje (ontem) pela manhã, supervisionei uma
operação de busca em apreensão em residência de
agente público flagrado com dinheiros de verbas
federais que foram emitidas para o estado da
Federação - comentou Barroso. - Desviar dinheiros da
saúde em plena pandemia é mais do que corrupção e
chega bem próximo do assassinato.O senador é integrante da Comissão Mista do
Congresso Nacional que acompanha a execução de
recursos relacionados ao combate ao coronavírus.Procurada, a assessoria de Chico Rodrigues confirmou
que houve busca e apreensão na sua residência, mas
afirmou desconhecer a apreensão de dinheiro com o
senador.NÃO É INÉDITOAlém de vice-líder do governo Bolsonaro, o senador
emprega em seu gabinete um sobrinho do presidente,
Léo índio, próximo ao vereador do Rio Carlos Bolsonaro
(Republicanos).Essa não é a primeira vez em que a PF encontra
dinheiro escondido na cueca. O caso mais rumoroso
envolveu um assessor do deputado petista José
Guimarães que foi preso em 2005 no aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, levando recursos em
espécie escondidos na roupa.Em 4 de outubro de 2017, o deputado Eduardo
Bolsonaro chamou José Guimarães (PT-CE) de
"deputado do cuecão", em referência ao episódio no
qual um assessor do parlamentar foi flagrado. No ano