Leitores
Banco Central do Brasil
O Globo/Nacional - Rio
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas
Clique aqui para abrir a imagem
Marco Aurélio
O ministro Fux disse que André do Rap debochou da
Justiça, e eu digo que Marco Aurélio Mello, como já fez
antes, debochou da sociedade.
ROMILSONLUIZ RIO
Como cidadão participante e atuante (153 cartas até
hoje publicadas), embora leigo em Direito, expresso que
o meu raciocínio lógico de engenheiro me leva à
conclusão de que, se somente o texto da Lei fosse
suficiente para o exercício da Justiça, não seriam
necessários juízes: bastaria um computador.
VICTOR KOIFMAN RIO
Com a devida máxima vênia, não se entende o porquê
do estardalhaço contra a singela decisão de Marco
Aurélio de autorizar a soltura do chefe do PCC se, antes
disso, o meritíssimo ministro já havia posto em liberdade
mais de 80 presos em situação idêntica.
GARY BON-ALI RIO
Como sempre, Elio Gaspari ilumina assuntos polêmicos
com a sua lucidez. "O crime do Expresso Oriente" (14
de outubro) contextualiza a decisão de Marco Aurélio,
que libertou um chefão do narcotráfico. Diferentemente
da maioria dos seus pares, Gaspari põe a discussão no
eixo correto. A lei é para ser cumprida, óbvio. As leis
ruins devem ser modificadas pelo Legislativo, mais
óbvio ainda. Mas o cumprimento das leis é indissociável
de uma coisa chamada bom senso. E, com o devido
respeito ao ilustre ministro, foi o que faltou em sua
decisão, embora legal. Por que, ministro, ao verificar o
grau de periculosidade do condenado, o senhor não
consultou o juízo competente e o MP? Se essas
consultas fossem feitas, creio que não estaríamos
gastando tanta energia nesse debate, e o traficante
continuaria onde deveria estar: atrás das grades.
LINDINOR SÁ LARANJEIRA RIO
Tempos estranhos
O governo federal enviou quatro agentes secretos da
Abin à COP25 (Conferência das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas), realizada em dezembro de 2019,
em Madri, aquela que Bolsonaro proibiu de ser realizada
no Brasil. 0 objetivo era registrar o que lá estaria sendo
falado contra o Brasil. No entanto, os tais agentes
secretos usavam crachás com os seus nomes. Esta
semana, o vice-presidente afirmou que o ex-
comandante do DOI-Codi Carlos Alberto Brilhante Ustra,
reconhecido torturador do tempo da ditadura militar, é
um herói. Bolsonaro sanciona uma lei que aumenta o
número de pontos para perda da carteira de habilitação,
ou seja, a impunidade aumentará, apesar de o Brasil
apresentar um dos maiores índices no mundo em
mortes no trânsito. Vivemos realmente um tempo
obscurantista, em que dirigentes não se preocupam em
dizer e fazer asneiras e em que assassinos viram
heróis, e o meio ambiente é tratado por um general
como se fosse um inimigo a ser combatido.
EMERSON RIOS NITERÃ"I, RJ