Clipping Banco Central (2020-10-15)

(Antfer) #1

VISÃO DO CORREIO - Professor, herói da pandemia


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Opinião
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Datas comemorativas exercempapel que vai além de
cumprimentos, presentes e palavrasbonitas. Elas jogam
os holofotessobre fatos que merecem servistos com
mais atenção. Por figuraremno calendário, ganham
espaço na mídiae sobressaem da normalidade inercial.


Como Jano, o deus de duas caras damitologia greco-
romana, impõem umolhar para o passado e outro para
ofuturo. Em outras palavras: analisamo que foi feito e
traçam os avanços para o aperfeiçoamento contínuo.
Daí arelevância do Dia da Mulher, Dia doTrabalho, Dia
de Finados, Dia da Abolição da Escravatura.


Hoje é Dia do Professor. Ao lado domédico, que salva
vidas, o mestre salva ofuturo. Na pandemia, que pegou
o mundo de surpresa e as escolas despreparadas,
gigantes multiplicaram as forças,buscaram saídas e
retiveram os alunosno sistema escolar. Trocaram o
pneucom o carro em alta velocidade.


De um lado, familiarizaram-se com atecnologia —


negligenciada nos cursosde pedagogia, cujos currículos
olhampara o século 20 e ignoramos desafios
dacontemporaneidade. Prepararam e ministraram
conteúdos de forma remota.De outro, ficaram atentos
aos excluídos.Sem acesso a computador ou a internet,
eles corriam o risco de ver ampliar-se o fosso da
marginalidade. Professores, a exemplo dos médicos
que repetem o mantra “nem um a menos”, levaram
material impresso para a casa dascrianças e orientaram
a aprendizagem.

Acionaram ONGs, igrejas, clubes sociais, rádios
comunitárias e deram aulaao ar livre para conservar o
elo aluno-escola. Muitos pegaram barco para chegaràs
populações ribeirinhas. Outros, bicicletas, carroça ou o
próprio carro. Elessabem que o evadido do convívio dos
livros corre sério risco de figurar na listados jovens cujo
destino termina com c:caixão ou cadeia.

Os quase 2,5 milhões de docentesbrasileiros merecem
o reconhecimento do imperador japonês, que só faz
reverência ao mestre. Ou as palavras deD. Pedro II, que
repetia com sinceridade: “Se eu não fosse imperador,
desejaria ser professor. Não conheço missãomaior e
mais nobre que a de dirigir asinteligências juvenis e
preparar os homens do futuro”.

Além dos mestres, os 57 milhões deestudantes, as
respectivas famílias e osbrasileiros em geral esperam
as palavrasde Milton Ribeiro. O ministro da Educação
deve desculpas à nação. Em entrevista, disse que“ ser
professor é ter quaseuma declaração de que a pessoa
nãoconseguiu fazer outra coisa”. Melhor reconhecer: a
pessoa conseguiria ser oque quisesse. Escolheu ser
professor. Apandemia serve de prova.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
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