Clipping Banco Central (2020-10-15)

(Antfer) #1

A tecnologia social e a alimentação dos mais pobres


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Opinião
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: CARLOS ARTEXES


As cenas de toneladas de alimentossendo descartadas
ao lado de comunidades em situação de
insegurançaalimentar não fazem parte apenasdo
arquivo de imagens das nossas tevês ejornais. No
Brasil, duas realidades aindaconvivem entre si: o
aumento da fome e osaltos índices de desperdício de
alimentos.Lado a lado, tais registros são
inaceitáveis,sobretudo em meio à atual crise
econômicae de saúde pública.


Dados recentes da Organização das Nações Unidas
(ONU) para a Agricultura e Alimentação (FAO) mostram
que a fome aumentou no Brasil entre 2017 e 2019. No
anopassado, ainda antes da pandemia, 43,1 milhões de
brasileiros precisavam de apoio parase alimentar.
Situação que certamente seagravou no atual cenário.
Mas, nas comemorações de 16de outubro, data do Dia
Mundialda Alimentação, encontramos motivos
paraconfiar que este quadro pode ser revertido.


A crescente consciência social, o trabalhodas redes de
proteção social e o aumento deações de solidariedade
nos fazem seguir confiantes. A concessão do Prêmio
Nobel da PazaoPrograma de Alimentos da ONU
certamentevai ajudar, também, a ampliar a
mobilizaçãomundial em torno desse problema tão
urgente.

O Mesa Brasil Sesc, a maior rede de bancos de
alimentos da América Latina, foi criado há 26 anos para
minimizar o problemahistórico do desperdício e
combater a insuficiência nutricional dos brasileiros. O
desafio era (e ainda é) destinar às pessoas em risco
social alimentos que ainda estão própriospara o
consumo, mas não para a comercialização, como
aqueles com embalagemfora do padrão ou frutas,
legumes e hortaliças descartados nas feiras ou grandes
redesde supermercados por não chamarem aatenção
do consumidor.

Para levar esse propósito adiante, foicriada grande rede
de solidariedade queconta, por um lado, com parceiros
doadores e, por outro, com entidades que atendem
diariamente pessoas em situação devulnerabilidade.
Entre as duas pontas, estáo Mesa Brasil Sesc, que, por
meio de logística própria, garante a qualidade das
doações desde a coleta até a distribuição. Oprograma
atende a mais de 6 mil instituições e ONGs cadastradas
em todo o país.

Na pandemia, essa sólida engrenagemsocial foi
fundamental para dar vazão aogrande movimento de
solidariedade que seformou no país. Foram muitos os
novos parceiros que encontraram no programa ummeio
de ajudar os que se viram ainda maisfragilizados com o
isolamento social ou odesemprego. Cada um, a seu
modo, contribuiu como pode, seja nas lives culturais,
quearrecadaram recursos, seja na mobilizaçãode
funcionários e clientes, como vimos emgrandes redes
varejistas.
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