Clipping Banco Central (2020-10-15)

(Antfer) #1

Editorial Econômico - Alta dos alimentos acelera inflação dos mais pobres


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - CMN

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A alta dos alimentos, que alcançou 12,7% nos últimos
12 meses, está pressionando mais acentuadamente a
inflação das famílias mais pobres. Em setembro, o
índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1)
calculado pela Fundação Getúlio Vargas subiu 0,89%, a
maior variação desde dezembro do ano passado. Esse
índice mede o efeito da variação dos preços no
orçamento das famílias com renda mensal entre 1 e 2,5
salários mínimos.


A inflação para essa classe de renda ficou acima da
variação média dos preços para as famílias com renda
mensal de 1 a 33 salários mínimos, medida pelo índice
de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que foi de
0,82%.


Outro indicador que mede a inflação da população mais
pobre, calculado pelo Ipea, mostrou a mesma
tendência, embora com números diferentes por causa
da metodologia de cálculo: segundo o Ipea, a inflação
dos mais pobres em setembro alcançou 0,98%, ante
0,29% da inflação das famílias mais ricas. A pressão,


como no índice da FGV, veio principalmente de
alimentos e bebidas.

É provável que, nos próximos meses, a inflação das
famílias mais pobres permaneça maior do que a da
média das famílias brasileiras, pois são fortes os sinais
de que os preços dos alimentos continuarão a subir. No
IPC-C1, os preços dos alimentos representam 23,4%;
nos gastos das demais famílias, a fatia é de 19,3%.

Os produtos que compõem o item alimentação tiveram
alta média de 2,23% em setembro, ante 0,76% em
agosto. Destacou-se a alta de itens essenciais da mesa
dos brasileiros: arroz e feijão tiveram alta de 10,64%,
bem maior do que em agosto, de 1,02%. Essas altas
afetaram mais fortemente o orçamento das famílias,
pois aumentou o consumo de refeições no domicílio.

Diminuiu a variação média dos preços dos grupos
saúde e cuidados pessoais (de 0,61% para -0,10%),
despesas diversas (de 0,58% para 0,26%), habitação
(de 0,61% para 0,54%), comunicação (de 0,12% para
0,04%) e transportes (de 0,68% para 0,61%).

Nos primeiros nove meses de 2020, o IPC-C1 acumulou
alta de 3,13% e, em 12 meses, de 4,54%. Este último
resultado está acima da meta da inflação fixada pelo
Conselho Monetário Nacional para este ano, que é de
4%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais e
para menos; para 2021, a meta é de 3,75%, com a
mesma faixa de tolerância.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
CMN, Banco Central - Perfil 1 - Conselho Monetário
Nacional, Banco Central - Perfil 1 - Ipea, Cenário
Político-Econômico - Colunistas
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