Clipping Banco Central (2020-10-15)

(Antfer) #1

Ana Maria Diniz - 47.874.246 motivos para arregaçar as mangas


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Espaço Aberto
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Ana Maria Diniz


O Brasil tem, segundo o mais recente Censo Escolar,
47.874.246 estudantes de educação básica. Esse
gigantesco número me leva a pensar todos os dias em
como o País tem nas mãos oportunidade única para
avançar. É verdade que o novo coronavírus afetou
drasticamente o aprendizado das crianças,
principalmente das escolas públicas, pondo alunos e
professores numa situação inesperada. Mas também é
verdade que as lamentações precisam cessar: é hora
de arregaçar as mangas por essas crianças e esses
adolescentes e impedir que sejam uma "geração
perdida".


A expressão "geração perdida" - que tem sido
propagada por conta de todas as dificuldades que a
covid-19 impôs à educação - me incomoda. Pois esta é
a geração que pode mudar a Nação. Dependemos dela
para formar um Brasil melhor, mais justo e próspero.
Não há país que tenha um círculo virtuoso de
desenvolvimento, igualdade e justiça social sem
oferecer ao seu povo uma educação qualificada e digna.


Está posta a solução, e não é de hoje: para uma
educação de qualidade é preciso dar prioridade a quem
ensina, ou seja, valorizar o professor.
Surpreendentemente, isso também aconteceu durante a
pandemia. Comemorado hoje, 15 de outubro, o Dia do
Professor, no ano que marcou todos nós é ainda mais
relevante lembrar: uma educação de qualidade para
todos requer professores bem formados e
desenvolvidos em múltiplas dimensões - cognitiva,
social, emocional e relacional -, docentes que saibam
respeitar os diferentes contextos em que todos estão
inseridos. Ao se desenvolverem integralmente, ou seja,
como profissionais e indivíduos, os educadores têm
muito mais chances de fazer aflorar todo o seu potencial
e o de seus alunos, para, então, fazerem as melhores
escolhas.

Durante os últimos oito meses, desde que a quarentena
foi decretada, o Instituto Península realizou uma
sequência de pesquisas para acompanhar a situação de
professores no Brasil inteiro. Na primeira onda, no mês
de abril, ainda no início da pandemia, 83% dos
professores afirmavam que não estavam preparados
para o ensino virtual. Porém esse porcentual caiu para
49% no último levantamento, divulgado em setembro, o
que mostra que os professores perderam o medo da
tecnologia, como profissionais que tiveram de se
reinventar, e as escolas públicas e privadas criaram em
pouco tempo formas de capacitar os docentes mesmo à
distância. Como consequência, atualmente 94% dos
professores enxergam a tecnologia como uma aliada
muito importante no processo de aprendizagem dos
alunos. Antes, apenas 57% tinham essa percepção.

A pandemia evidenciou as dificuldades do ensino à
distância, mas ao mesmo tempo deixou claro que a
tecnologia é necessária, um caminho sem volta. Os
professores assimilaram isso empiricamente.

A necessidade impôs a solução. E agora há outra
necessidade, a de trabalhar para que os cerca de 47
milhões de estudantes tenham a aprendizagem
impulsionada - em vez de gastarmos energia
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