O Dia (2020-10-15)

(Antfer) #1

Criminosos roubavam direto de dutos da


Petrobras na Baixada. Seis foram presos


Polícia desarticula

quadrilha que

furtava combustível

REGINALDO PIMENTA

Os cinco detidos na Baixada foram levados para a Polinter

Policiais da Delegacia de
Defesa dos Serviços Dele-
gados (DDSD) realizaram
ontem pela manhã a Ope-
ração Baú para cumprir
sete mandados de prisão
contra integrantes de uma
organização criminosa
especializada em furto de
combustíveis diretamen-
te de dutos da Petrobras
atuante em municípios da
Baixada Fluminense.
Ao todo, seis pessoas
foram presas. O delegado
responsável, André Eiras,
disse que as investigações
continuarão para prender
o sétimo suspeito de par-
ticipar da quadrilha, que
está foragido. O titular da
DDSD também informou
que um desdobramento
da operação investigará o
mercado de recepção de
combustível furtado.
Entre os presos, um ho-
mem também foi autuado
em flagrante por seques-

tro, cárcere privado e porte
ilegal de arma de fogo. Ao ser
abordado pelos agentes, ele
fugiu para uma casa próxima
e fez uma família refém, mas
acabou capturado.
A operação recebeu o nome
‘Baú’ em razão da inovação
utilizada pelos criminosos,
que em vez de transportar os
combustíveis furtados em ca-
minhões tanque, utilizavam-
se de isotanques adaptados
instalados no interior de ca-
minhões do tipo baú, bus-
cando dissimular o produto
furtado, ludibriando fiscaliza-
ções durante o seu transporte.
Cinco dos presos foram
detidos na Baixada Flumi-
nense e um deles, em Búzios,
na Região dos Lagos. O cri-
me do desvio de petróleo era
realizado em Japeri, explica
o delegado. O prejuízo esti-
mado causado pela organi-
zação criminosa chega a R$
1 milhão, somente com com-
bustíveis subtraídos.

MP faz operação contra


corrupção em presídios


Um dos alvos da ação foi Rafael Rodrigues de Andrade, ex-subsecretário da Seap


REGINALDO PIMENTA

Agente conduz um detido após o cumprimento dos mandados de prisão e apreensão no Rio de Janeiro

O


Ministério Público do
Rio (MPRJ) realizou
ontem uma ação con-
tra suspeitos de cor-
rupção e lavagem de dinheiro
em presídios do estado flumi-
nense. A Operação Hiperfagia
tem como objetivo cumprir
três mandados de prisão pre-
ventiva e 71 de busca e apreen-
são contra integrantes de or-
ganização criminosa que atua
no fornecimento de alimenta-
ção no Complexo Gericinó. Os
mandados foram expedidos
pela 2ª Vara Criminal de Ban-
gu e cumpridos nos estados
do Rio, São Paulo e Espírito
Santo. Uma pessoa foi presa.
Um dos alvos da opera-
ção foi Rafael Rodrigues de
Andrade, ex-subsecretário
de Gestão, Finanças e Pla-
nejamento da Secretaria de
Estado de Administração Pe-
nitenciária (Seap). Procura-
da, a pasta informou que os
servidores citados na denún-
cia do MPRJ já haviam sido
exonerados.
A secretaria também desta-
cou que ação teve início a par-
tir de investigação da própria
Corregedoria da Seap, que
colabora para que seja feita
a devida apuração dos fatos.
De acordo com as investi-
gações, os alvos da ação inte-
gram um complexo sistema
de desvio de dinheiro públi-
co, entre empresários e agen-
tes públicos da Secretaria
de Estado de Administração
Penitenciária (Seap), com o
objetivo de fraudar o serviço
de nutrição contínua e dire-
cionar as contratações emer-
genciais para o mesmo grupo
econômico.
Ainda segundo as investi-


gações, o grupo oferecia van-
tagens indevidas e firmava
acordos eliminando a con-
corrência. Eles são suspeitos
também de crimes, de pecula-
to, corrupção ativa e passiva,
falsidade documental, cartel e
organização criminosa.
De acordo com a denún-
cia, os empresários Anderson

Sabino de Oliveira, Juliana
Sabino de Oliveira, Marce-
lo Rodrigues de Souza, Aní-
sio Gonçalves, Vagner Dan-
tas, Sueli Monteiro Gentil,
Emerson Freire Ramos, Ivo
de Almeida Reis Neto, Flávia
Cristina Aponte, Ricardo Bar-
nabé, Luciano Erasmo Morei-
ra, Ademir Pereira de Godoy,
Gelson Grigoletto e Ederson
Christian Alves de Oliveira,
com o auxílio do então subse-
cretário adjunto de Infraes-
trutura da Seap-RJ, Rafael
Rodrigues de Andrade, e da
pregoeira Joelma de Arruda
Silva, valeram-se de práticas
como a utilização de preços
inexequíveis e a formação de
estruturas e redes de distri-

buição empresariais próprias,
para fraudar o processo legal
de fornecimento de alimentos
no Complexo de Gericinó.
O objetivo da organização
criminosa, aponta o MPRJ,
era garantir que sociedades
empresárias cartelizadas fos-
sem contempladas com os
contratos de alimentação re-
lativos às unidades prisionais,
de modo que o prestador do
serviço fosse alguém ligado
ao grupo. Emerson é respon-
sável pela empresa Alimen-
tação Global Service, uma
das principais fornecedoras
de alimentação no Comple-
xo, por meio de contratações
emergenciais, no período an-
terior à realização do pregão.

Organização
criminosa atuava
no fornecimento
de alimentação
no Complexo
Gericinó, no Rio

6 QUINTA-FEIRA, 15. 10. 2020 I O DIA

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