Visão - Portugal - Edição 1441 (2020-10-15)

(Antfer) #1
15 OUTUBRO 2020 VISÃO 23

TRANSIÇÕES


Em boa hora Edward Lodewijk Van
Halen trocou as baquetas do kit de
bateria que tinha comprado pela
palheta da guitarra. Na infância,
já a mãe o obrigara a ter lições de
piano clássico, juntamente com o
seu irmão, Alex, ambos nascidos em
Amesterdão, na Holanda. A dupla teve
como principal exemplo e inspiração
musical o pai, Jan Van Halen, que
tocava clarinete, saxofone e piano.
Em 1962, quando Eddie tinha 7 anos,
a família assentou arraiais nos EUA,
em Pasadena, no subúrbio de Los
Angeles. Daí a uma década, Eddie e
Alex deram o seu apelido à banda que
formaram com o vocalista David Lee
Roth e o baixista Michael Anthony.
Haveriam de vender mais de 80
milhões de discos.
Seguem-se anos gloriosos para
o rock ’n’ roll e para o virtuoso
e perfeccionista guitarrista, que
tinha como mentores Jimi Hendrix,
Eric Clapton, Jimmy Page, dos Led
Zeppelin. Várias distinções colocam
Eddie Van Halen entre os melhores

na arte de improvisar, na execução
técnica e na criação de riffs orelhudos,
como Unchained, Take Your Whiskey
Home ou Ain’t Talkin’ ’Bout Love. Em
2012, a revista Guitar World elege-o
como o melhor guitarrista de sempre;
na lista da Rolling Stone ocupa o 8º
lugar dos 100 melhores guitarristas
de todos os tempos; em 2007, os Van
Halen entram para o Rock and Roll
Hall of Fame.
A Eddie Van Halen é atribuída a
invenção do tapping, técnica que
permite tocar guitarra martelando as
cordas com a ponta dos dedos. E, talvez
nem toda a gente saiba, colaborou com
Michael Jackson no álbum Thriller
(1982), tocando o icónico solo de Beat
It. Um talento consensual entre os
seus pares, várias vezes comparado
a Mozart. Há 20 anos, um cancro
obrigou Eddie a retirar parte da língua,
mas foi de cancro na garganta que
morreu no passado dia 6, aos 65 anos


  • notícia dada pelo filho Wolfgang
    Van Halen, que tocava baixo na banda
    desde 2007. S.C.


EDDIE VAN HALEN (1955-2020)

O herói da guitarra elétrica


Excessivo e enérgico, o fundador da banda Van Halen foi um
autodidata, que, sem saber ler música, deixa uma marca profunda
no rock ’n’ roll, além da icónica guitarra Frankenstrat

MORTES
Voz da canção I Can See
Clearly Now, Johnny Nash
foi também um bem-
sucedido crooner no final dos
anos 50, marcou presença
na televisão e no cinema e
divulgou o reggae nos EUA.
Morreu de causas naturais,
aos 80 anos, no dia 6.

Distinguido, em 1995, com
o Prémio Nobel da Química,
pelas descobertas sobre os
danos causados na camada
de ozono da atmosfera,
o cientista mexicano Mario
Molina notabilizou-se
na investigação da química
atmosférica. Morreu
vítima de um enfarte,
aos 77 anos, no dia 7.

Nome russo bem conhecido
dos portugueses, o antigo
médio internacional Vasili
Kulkov chegou a Portugal
em 1991 e jogou no Benfica,
FC Porto e também no
Alverca. Representou a
seleção russa em 42 jogos.
Há um ano a lutar contra um
cancro no esófago, morreu
aos 54 anos, no dia 10.

PREMIADOS
A edição deste ano dos
prémios atribuídos pela
Real Academia Sueca
das Ciências distinguiu
o Programa Alimentar
Mundial com o Nobel da
Paz; Harvey J. Alter, Charles
M. Rice e Michael Houghton,
pela descoberta do vírus da
hepatite C, com o Nobel da
Medicina; Roger Penrose,
Reinhard Genzel e Andrea
Ghez, pelos trabalhos em
física dos buracos negros,
com o Nobel da Física;
Emmanuelle Charpentier
e Jennifer A. Doudna, pela
criação de um método
revolucionário de edição de
genoma, com o Nobel da
Química; Paul Milgrom e
Robert Wilson, pelo estudo
da teoria dos leilões, com o
Nobel da Economia.
Free download pdf