24 VISÃO 15 OUTUBRO 2020PRÓXIMOS CAPÍTULOSPERISCÓPIOEm janeiro, voltaremos a ser chamados às urnas para decidir se
continuamos com Marcelo na presidência ou se algo muda. São
precisamente as mudanças a que nos temos vindo a habituar nos
últimos meses que ditarão a maior diferença nestas eleições dos
primeiros dias de 2021.
A pandemia da Covid-19 já obrigou a Comissão Nacional de
Eleições a refletir nas medidas, para não transformar este
ato cívico num surto da doença, por um lado, e, por outro,
conseguir que o vírus não sirva de desculpa para um aumento
da abstenção. Neste momento, existem já várias propostas, do
PS e do PSD, em cima da mesa, que englobam o alargamento
do voto antecipado a todos os concelhos (só existia uma mesa
em cada capital de distrito) e a possibilidade de existir o voto
porta a porta para cidadãos em confinamento obrigatório.
Nestes casos, pondera-se a criação de equipas de três pessoas
para entregarem, receberem e selarem,
na hora, os boletins dos cidadãos em
quarentena.
Outra mudança, já dada como
certa, é a deslocalização das mesas
de voto para sítios mais espaçosos
(pavilhões ou tendas de campanha). Os
projetos-lei, bastante semelhantes no
conteúdo, consideram que deve haver
desdobramento de mesas com mais de
um milhar de eleitores, quando antes isso
só acontecia aos mil e quinhentos. E, por
fim, a questão central da caneta: apesar
de continuarem a existir, amarradas por
uma corda, nas cabines, é preferível que
cada um de nós leve uma de casa se não
quiser partilhá-la com os outros eleitores
da sua secção de voto. Luísa OliveiraPRESIDENCIAIS 2021Eleições, versão pandemia
A vida mudou de tal forma que seremos aconselhados
a levar caneta de casa, se não quisermos partilhar a da
cabine de voto com outros eleitoresPARECE EXISTIR
UM RISCO
PERCECIONADO
DE AS PRÓXIMAS
ELEIÇÕES
PODEREM SERCARACTERI-ZADAS
POR UMA BAIXA
PARTICIPAÇÃO
PROPOSTA DE LEI
DO PSA escolha do
Presidente
está
agendada
para janeiroPRESIDENCIAIS
Um apoio via “face”
O deputado socialista
João Soares usou
o Facebook para
declarar o seu
apoio inequívoco à
recandidatura de
Marcelo Rebelo de
Sousa, que quer
ver reeleito. João
Soares, que foi
demitido de ministro
da Cultura por ter
usado a mesma rede
social para oferecer
umas bofetadas a
dois colunistas do
Público, reincide nos
posts ousados. Ou
talvez não: dadas
as intenções de
António Costa para
as “presidenciais”,
até pode ser que seja
readmitido...CONTÁGIO
Aperta com ela
As regras são claras:
dê positivo ou negativo
o teste ao SARS-
CoV-2, quem esteve
em “má companhia”tem de fazer
quarentena. Sendo
assim, o ministro
do Planeamento,
Nelson de Souza, e a
ministra do Trabalho
e Segurança Social,
Ana Mendes Godinho,
vão passar 14 dias
em confinamento,
por se terem sentado,
no último Conselho
de Ministros, ao lado
do colega do Ensino
Superior, Manuel
Heitor, entretanto
dado como infetado.
Ora, aí está uma
boa oportunidade
para Ana Mendes
Godinho se inteirar das
particularidades do
teletrabalho! Talvez
possa, assim, com
mais conhecimento
de causa, propor
legislação que venha
a regulamentar esta
nova tendência do
mundo laboral...
Esperemos que o
chefe, António Costa,
aperte bastante com
ela!ESPECIALISTA
Isaltino agarra na bazuca
Foi um reabilitado Isaltino Morais, presidente da
câmara de Oeiras, que se apresentou, no programa
Expresso da Meia-Noite, na SIC Notícias, a dar
a tática para a aplicação dos fundos europeus,
popularmente designados por “bazuca financeira”.
Contracenando com o autarca comunista de
Loures, Bernardino Soares, com o deputado
do PSD Duarte Marques e com os jornalistas
Ângela Silva e Ricardo Costa, Isaltino, conhecido
especialista em aplicação de fundos – pelo menos,
tem sido reeleito em Oeiras... –, deu cartas. Mas o
oráculo do programa não desgrudava, como se vê
na imagem, do grande plano de Isaltino, como que
insistindo que a piada estava feita.