74 VISÃO 15 OUTUBRO 2020SAÚDECRÉDITO FOTOA
dada altura, entre março e
abril de 2020, o mundo fe-
chou. As populações ficaram
em casa, os aviões em terra e
a incerteza passou a ser um
denominador comum. To-
dos fizeram o que lhes foi
pedido perante uma ameaça
em forma de vírus que trans-
formou as ruas em cenários
quase fantasmagóricos. Agora, perante acontinuação da mesma ameaça, parece
que já “não estamos para isso”. O cansaço
apoderou-se e a Organização Mundial da
Saúde (OMS) já revelou que, em certos
países europeus, aquilo a que chamam
de “pandemic fatigue” (fadiga/cansaço da
pandemia) atinge os 60% da população.
Em comunicado, Hans Kluge, diretor
da OMS para a Europa, referiu que os
“enormes sacrifícios” feitos para conter
o coronavírus tiveram “um custo ex-Novo risco?
A saturação pandémica
A perceção do risco diminuiu e relaxou-se nas medidas de prevenção.
O medo da doença deu lugar ao cansaço e a comportamentos sociais
que põem em causa o controlo da pandemiaSARA RODRIGUESRiscos Passou-se
a menorizar o vírus, refreando
as medidas preventivas
essenciais (distanciamento
físico e uso de máscara)traordinário, que nos esgotou a todos,
independentemente de onde vivemos ou
do que fazemos”. “Nestas circunstâncias,
é fácil e natural sentirmo-nos apáticos e
desmotivados, com fadiga”, acrescentou.
Um pouco por toda a Europa, esse
desprendimento tem-se revelado em
manifestações contra novas medidas
restritivas, numa altura em que o número
de casos diários atinge picos superiores
aos do início da pandemia. Desta vez, e