Clipping Banco Central (2020-10-16)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

ou reverter a decisão.


O ministro apontou a 'gravidade concreta' do caso, que,
segundo ele, exige o afastamento do parlamentar com o
objetivo de evitar que Rodrigues use o cargo para
dificultar as investigações.


O senador afirmou que a verdade 'virá à tona' e fez
elogios a Bolsonaro.


Rodrigues se alinhou ao Planalto mesmo antes da
aproximação de Bolsonaro com o centrão e, escolhido
vice-líder do governo, já recebeu elogios públicos do
atual presidente.


Ao se referir aos anos de convivência com ele no
Congresso, Bolsonaro já chamou sua relação com
Rodrigues de 'quase uma união estável' e apresentá-lo
como 'velho colega da Câmara'.


Em abril de 2019, o senador contratou em seu gabinete
Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Leo
índio, que é primo dos filhos do presidente e pessoa de
confiança do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-
RJ).


Na tarde desta quinta (15), a assessoria de Rodrigues
disse que Leo pediu demissão-como assessor
parlamentar, ele recebia R$ 26,9 mil por mês.


A PF propôs a prisão preventiva de Rodrigues, negada
por Barroso. Ele determinou que o senador fique
proibido de contato pessoal, telefônico, telemático ou de
outra natureza com os demais investigados no inquérito.


'A gravidade concreta dos delitos investigados também
indica a necessidade de garantia da ordem pública: o
senador estaria se valendo de sua função parlamentar
para desviar dinheiro destinado ao enfrentamento da
maior pandemia dos últimos 100 anos, num momento
de severa escassez de recursos públicos e em que o
país já conta com mais de 150 mil mortos em
decorrência da doença', afirmou Barroso.


'Ao tentar esconder os maços de dinheiro, evitando sua


localização e apreensão pelas autoridades policiais, o
senador buscou frustrar a coleta de evidências
imprescindíveis para a continuidade da investigação',
disse.

A PF informou a Barroso que deixou de reproduzir no
relatório imagens de trechos da gravação da busca
pessoal efetuada no parlamentar. 'Considerando a
forma como os valores foram escondidos pelo senador
Chico Rodrigues bem no interior de suas vestes íntimas,
deixo de reproduzir tais imagens neste relatório para
não gerar maiores constrangimentos.'

Segundo o ministro do STF, o delegado 'percebeu que
havia um grande volume, em formato retangular, na
parte traseira das vestes do senador Chico Rodrigues,
que utilizava um short azul (tipo pijama) e uma camisa
amarela'.

Ele suspeitou 'estar o senador escondendo valores ou
mesmo algum aparelho celular'. Questionado,
Rodrigues 'ficou bastante assustado e disse que não
havia nada'.

Narra a decisão do ministro que, "num primeiro
momento' foi encontrado 'no interior de sua cueca,
próximo às suas nádegas', maços de dinheiro que
totalizaram R$ 15 mil. Depois, questionado pela terceira
vez, 'com bastante raiva' o senador 'enfiou a mão em
sua cueca e sacou outros maços de dinheiro'.

Segundo os investigadores, Rodrigues seguiu
escondendo valores, e nova busca achou mais cédulas.
De acordo com o relato da PF, ele chegou a tirar
parcialmente a roupa, deixando à mostra e visíveis
partes íntimas do seu corpo.

Deflagrada pela PF e pela Controladoria Geral da
União, a Operação Desvid-19 coletava informações
sobre o desvio de recursos públicos de emendas
parlamentares para o combate à Covid-19 -recursos
administrados pela Secretaria de Saúde de Roraima.

Rodrigues é um dos principais aliados de Bolsonaro no
Legislativo e membro da tropa de choque do Planalto.
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