Clipping Banco Central (2020-10-16)

(Antfer) #1

Voltando à superfície


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
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Quatro meses de reação, de maio a agosto, foram
insuficientes para levar a produção de volta ao nível pré-
pandemia, segundo o índice de Atividade Econômica do
Banco Central (IBC-Br). Conhecido como prévia do
PIB, esse indicador é seguido no mercado como um
sinalizador mensal de tendência. Em agosto, o IBC-Br
continuava 4,19% abaixo do nível de fevereiro, quando
foram anotados no País os primeiros casos de covid-19.
O índice do mês foi 3,92% inferior ao de agosto do ano
passado. O balanço do ano mostrou um resultado
5,44% abaixo do acumulado nos oito meses
correspondentes de 2019.


Só o agronegócio, o setor mais competitivo e mais
resistente da economia brasileira, atravessou a crise,
até agora, com desempenho positivo, apesar dos
desarranjos em toda a teia de negócios. O principal
motor da economia, o consumo das famílias, voltou a
crescer a partir de maio, reanimando o varejo. Em
agosto o comércio varejista vendeu 3,40% mais que em
julho, atingiu o mais alto patamar desde o ano 2000 e
superou por 8,2% o nível de fevereiro, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Embora o desemprego, já muito alto no começo do ano,
ainda tenha aumentado, medidas de proteção do
emprego evitaram um número maior de demissões. A
redução combinada de jornadas e salários foi uma
dessas medidas. Somado a essas ações, o auxílio
emergencial a mais de 65 milhões de beneficiários
contribuiu para preservar o poder de consumo das
famílias. Com valor diminuído a partir de setembro, o
auxílio, em princípio, deve terminar no fim do ano.

Puxada pelo consumo, a produção industrial aumentou
3,2% em agosto, mas sem compensar, depois de quatro
meses de alta, a queda de 27% acumulada em março e
abril. Faltaram 2,6%. Em oito meses o volume produzido
foi 8,6% inferior ao de janeiro-agosto do ano passado.

Além disso, pela 10.a vez, em agosto a produção foi
menor que a de igual mês do ano anterior. Este dado é
mais um sinal de uma crise iniciada muito tempo antes
do aparecimento, no Brasil, do novo coronavírus. O
resultado de agosto foi 18,4% inferior ao pico atingido
em maio de 2011.

A recuperação mais fraca tem sido a dos serviços.
Começou em junho, um mês depois da reação da
indústria e do varejo, e seguiu oscilando. Em agosto o
setor cresceu 2,9% em relação a julho, mas ficou 9,8%
abaixo do nível de fevereiro e foi 10% inferior ao
patamar de um ano antes.

A prestação de serviços foi especialmente afetada pelas
medidas de isolamento, muito prejudiciais a
restaurantes, bares, hotéis, transportes de passageiros
e salões de beleza, para citar só algumas das atividades
mais importantes no dia a dia da maior parte das
pessoas. É fácil entender a reação - crescimento
mensal de 33,3% - dos serviços prestados às famílias
em agosto, quando começava a relaxar-se o
distanciamento social. A reação mais notável, avanço
de 37,9%, veio do segmento de restaurantes, bares e
hotéis. O transporte de cargas oscilou menos durante a
fase de restrições, porque alguma demanda foi sempre
mantida pela indústria, pelo agronegócio e pelos
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