Clipping Banco Central (2020-10-17)

(Antfer) #1

Melhor Bolsa Família. do que ter 'movimento louco, diz Guedes


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
sábado, 17 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Eduardo Laguna Idiana Tomazetti / brasília


O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem
que o governo vai honrar o compromisso de limitar os
gastos públicos abaixo do teto, mesmo que seja
necessário abortar o novo programa social almejado
pelo presidente Jair Bolsonaro, o Renda Cidadã.


Ao participar de debate virtual promovido pela XP,
Guedes afirmou que é preferível manter o Bolsa Família
como está - ou seja, sem a ampliação desejada no
Renda Cidadã - do que realizar algum movimento que
não tenha sustentabilidade fiscal.


"Se não conseguirmos encontrar espaço para fazer um
programa melhor, vamos voltar ao Bolsa Família. É
melhor voltar ao Bolsa Família do que tentar fazer um
movimento louco e insustentável", afirmou.


O ministro disse que o governo não vai ser populista e
garantiu que o programa de renda mínima será
fiscalmente sustentável, dentro da regra do teto de
gastos - mecanismo que limita o aumento de despesas
públicas à variação da inflação.


"Não tem truque", afirmou Guedes. Ele salientou que
maiores transferências de renda poderiam ser
viabilizadas com cortes em subsídios e deduções de
classes de renda mais alta. "Não tem nenhuma
discussão sobre o teto (dos gastos)", disse ele.

A primeira proposta apresentada pelo governo para
financiar o Renda Cidadã previa a utilização de parte
dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Nacional de
Educação Básica (Fundeb) e também dos precatórios.
O modelo de financiamento do novo programa, porém,
foi mal recebido pelo mercado financeiro e por órgãos
de controle por ser considerado uma espécie de calote
e por causa de ameaça ao teto de gastos. Diante da
reação, o governo recuou e disse que a criação do novo
programa de distribuição de renda deve ficar para 2021
Novo imposto. Ainda durante o evento, Guedes disse
que não desistiu da ideia de lançar um imposto sobre
transações digitais, aos moldes da antiga CPMF, com a
justificativa de desonerar a folha de pagamentos (ou
seja, reduzir os encargos que as empresas pagam
sobre os salários dos empregados).

"Eu sou homem de desistir fácil das coisas? De jeito
nenhum", respondeu o ministro, ao ser questionado pelo
economistachefe da XP, Caio Megale, se tinha desistido
do novo imposto.

"Eu não me importo se o imposto é feio, desde que ele
funcione em criar novos empregos", disse Guedes,
acrescentando que a ideia é desonerar a folha de todos
os setores da economia, e não apenas as 17 atividades
que são hoje beneficiadas pela desoneração dos
salários.

Anteontem, em entrevista à CNN Brasil, o discurso do
ministro havia sido outro, ao admitir que poderia desistir
do novo imposto. "Não tem aumento de imposto, não
existe aumento de imposto", afirmou. "A mídia, por
exemplo, quer desonerar a folha, não quer? Esse
imposto só entraria se fosse para desonerar. Talvez
nem precise, talvez eu desista."
Free download pdf