Clipping Banco Central (2020-10-17)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
sábado, 17 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

concessão de novos "estímulos artificiais" à economia.


Neste momento, eu não diria que há qualquer plano
para estender o auxílio emergencial. Isso não é
verdade. Não é nossa intenção, não é o que o
presidente disse, não é o que o ministro da Economia
quer - disse o ministro.


O estado de calamidade pública tirou uma série de
amarras legais e permitiu o aumento de gastos para
combater a pandemia. Ele é válido até 31 de dezembro
deste ano. O ministro aproveitou a fala para dizer que o
governo tem um plano, com reformas como a
administrativa e tributária, mas disse que voltar à
agenda das reformas depende do tempo "dos políticos".


Um dia depois de dizer que "talvez desista" de
implementar o imposto sobre transações financeiras e
pagamentos eletrônicos, o ministro recuou e voltou a
defender o novo imposto, que críticos comparam à
antiga CPMF. A ideia de Guedes é usar o tributo para
bancar a desoneração na folha de pagamento das
empresas. Perguntado se desistiu do imposto, o
ministro afirmou: - De forma alguma. Você me conhece,
não sou um homem de desistir fácil das coisas. De
forma alguma, de forma alguma.


Guedes diz ser preciso o novo imposto para reduzir os
tributos sobre a folha de pagamento, rechaçou a
comparação com a CPMF e explicou porque afirmara
ter desistido do imposto: - Então, eu não ligo se o
imposto é feio, desde que funcione na criação de novos
empregos. Então, eu dei uma informação errada, ontem,
porque é essa percepção. É sempre a mesma merda...
"Vocês vão criar uma nova CPMF?" Não! De forma
alguma. É uma coisa digital. E no lugar de explicar isso,
eu disse: "eu desisto".


Para Guedes, enquanto não houver solução melhor
para desonerar a folha, é preciso insistir no novo tributo
sobre transações.


Você acha que liberais gostam de impostos? Ou de criar
novos impostos? De forma alguma! Tem apenas uma
razão para se pensar nisso. É porque tem um imposto


ainda pior em operação hoje disse. - Então, enquanto as
pessoas não aparecerem com uma solução melhor, eu
prefiro a segunda melhor, que é esse imposto de merda.

'MERCADO ESTÁ CORRETO

Guedes também considerou que o comportamento do
mercado financeiro está "correto" porque, segundo ele,
há muito "barulho". Ele reconheceu os riscos fiscais
percebidos pelos investidores e disse que o governo
agirá para ancorar as expectativas. Nas últimas
semanas, o governo vem enfrentando dificuldade para
rolar títulos públicos e está encurtando os vencimentos,
diante da alta dos juros futuros.

Os mercados estão se comportando de forma correta,
pois há muito ruído. O clima aqui está completamente
diferente do que estamos lendo. Não porque a mídia é
cruel, mas é porque a mídia não é bem informada por
nós também - disse o ministro. - Se você faz uma coisa
idiota, a curva de juros sobe, assusta todo mundo, o
dólar vai para cima e as pessoas entendem que estão
indo na direção errada e voltam para o trilho.

"Se você não consegue espaço fiscal para um programa
melhor, nós voltamos para o Bolsa Família. É melhor
voltarmos para o Bolsa Família do que tentarmos fazer
uma loucura, uma coisa insustentável fiscalmente"

Paulo Guedes, ministro da Economia

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Paulo Guedes
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