Clipping Banco Central (2020-10-17)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
sábado, 17 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

ecossistema nada menos que um em cada três
profissionais em atividade no país, ou quase 200 mil
médicos.


Agora a gente controla a caneta do médico - brinca o
CEO da Afya, Virgílio Gibbon. - Estamos criando um
ecossistema com um volume de canais de distribuição
muito grande e que pode ser aproveitado para levar
conteúdo e serviços médicos digitais de valor agregado
ao longo da carreira do profissional.


A primeira aquisição nessa nova estratégia da
companhia - idealizada por Paulo Guedes quando
comandava a gestora de private equity Crescera - foi a
Pebmed, que oferece suporte "à beira do leito". O
principal aplicativo da Pebmed é o White Book,
repositório de consulta para ajudar o médico com
prescrições e indicações de tratamentos. O WhiteBook
tem 160 mil assinantes e é um dos dez apps de maior
monetização no país.


Anunciada na semana passada, a segunda aquisição, a
iClinic, ajuda o médico na gestão de clínicas, com
ferramentas de agendamento, teleconsulta e prontuário.
São 11,5 mil assinantes e 16 milhões de pacientes
fazendo consulta pela plataforma. Adquirida por R$ 183
milhões, a iClinic abre um mundo de possibilidades que
podem agregar ao ecossistema da Afya os dois
negócios mais quentes do ambiente digital hoje: um
marketplace de serviços e produtos para o paciente dar
seguimento às consultas, com agendamento de exames
ou compra de medicamentos, e uma fintech, com
serviços financeiros como antecipação de recebíveis.


As aquisições de health techs não devem parar por aí. A
empresa, que abriu capital na Nasdaq no ano passado e
hoje vale R$ 14 bilhões, começou a ser procurada por
startups interessadas na sua capacidade de acessar os
médicos. O plano é criar um ambiente único e ir
acoplando novos serviços que gerem valor para o
médico.


As duas health techs se somam a outras cinco
aquisições de instituições de ensino desde a abertura
de capital, quando a Afya levantou R$ 1,1 bilhão.


A estratégia de aquisições não muda. Temos menos de
10% dos alunos de graduação, e ainda há muitas
oportunidades na graduação e na pós - diz Gibbon.

As fortunas que querem investir sem intermediários

Se os juros baixos obrigam a classe média a sair da
renda fixa, os super-ricos também se mexem. Seguindo
tendência internacional, os family offices que gerem a
fortuna de famílias brasileiras endinheiradas começam a
investir diretamente em empresas, contornando
intermediários, como fundos de participações.

Essas famílias querem evitar as taxas que os fundos de
private equity cobram, em geral de 2%, acrescidos de
20% sobre desempenho acima da meta. Com os juros
baixos, essas taxas pesam no retorno. Além disso,
muitas famílias têm um verdadeiro expertise e querem
escolher investimentos com autonomia - explicou
Marcell Portugal, sócio da butique de fusões e
aquisições JK Capital, que tem sido procurada por
family offices em busca de assessoria.

No Brasii, o familly office de Janguiê Diniz já explorou
negócios nesse modelo e agora procura novos alvos
com a JK Capital. O ex-engraxate que fundou a Ser
Educacional tem fortuna estimada em R$ 2,65 bilhões
pela Forbes. Ele quer diversificar o patrimônio com
fatias minoritárias para "fomentar o empreendedorismo".

Com essa estratégia, podemos trazer melhores
resultados. Estou aberto aqualquer setor, desde que
sejaum negócio viável, com um produto validado e
faturamento, mas sem recursos para o próximo estágio -
afirmou.

Já Charles Ghelfond quer comprar o controle de
empresas de saúde. Ele está capitalizado: ano passado,
vendeu sua empresa de medicina diagnósticaà Notre
Dame Intermédicapor R$ 240 milhões. Até R$ 100
milhões desse patrimônio serão destinados a aquisições
diretas. Duas já estão sendo avaliadas.

A taxa dos fundos é elevada, e eles não me dão
Free download pdf