Clipping Banco Central (2020-10-17)

(Antfer) #1

Acerto Mercosul-UE pode elevar PIB em R$ 500 bi


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
sábado, 17 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto

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Autor: JANAÍNA FIGUEIREDO E ELIANE OLIVEIRA


O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União
Européia (UE), que é uma das prioridades da política
externa do governo Jair Bolsonaro, pode trazer um
ganho adicional de R$ 500 bilhões ao Produto Interno
Bruto (PIB) brasileiro em um prazo de 15 anos,
apontam projeções da equipe econômica. Mas sua
implementação está ameaçada pela forma como o
governo tem tratado a questão ambiental, alvo de
críticas de países e instituições europeias, que
chegaram a condicionar a assinatura e aprovação final
do acordo a resultados concretos na preservação do
meio ambiente.


Tentando reduzir os estragos, depois de o Parlamento
Europeu recomendar que o acordo não seja aprovado
"como está", a ministra da Agricultura, Tereza Cristina,
foi esta semana a Portugal. O país vai assumir a
presidência rotativa da UE no ano que vem.


O governo tem todo o interesse em obter a aprovação
da UE: além do incremento no PIB, estima-se que, em
15 anos, o intercâmbio comercial (exportações e


importações) seria ampliado em R$ 1 trilhão, e o volume
de investimentos europeus no Brasil cresceria em R$
450 bilhões.

Já cálculos da Confederação Nacional da Indústria
(CNI) indicam que, sem o acordo, o Brasil deixará de
exportar US$ 9,9 bilhões em produtos industriais que
seriam beneficiados pela redução tarifária. Esta poderia
elevar em 23,6% as vendas para o mercado europeu
em dez anos.

Se as resistências ao acordo se mantiverem, os
empresários brasileiros perderão ainda preferências em
relação a outros fornecedores que têm vantagens em
acordos já firmados com os europeus. Dados do
Ministério da Economia mostram que a área de livre
comércio entre Mercosul e UE terá um PIB de US$ 20
bilhões - cerca de um quarto da economia mundial - e
um mercado de 750 milhões de consumidores.

AGRONEGÃ"CIO GANHA MAIS

Alguns analistas são mais cautelosos e consideram que,
depois de 20 anos de discussões, o Mercosul conseguiu
menos do que se esperava. Há dúvidas sobre a
dimensão e qualidade de futuros novos investimentos e
os verdadeiros ganhos em termos de mais espaço no
mercado europeu.

Já o governo mantém o otimismo e acredita em
progressos até meados do ano que vem, apesar da
oposição cada vez mais forte de França, Irlanda e
Holanda. A Alemanha, peça-chave na UE, é favorável,
mas não usou seu mandato na presidência do bloco
para dar impulso à aprovação do acordo. Para analistas,
na hora em que a Alemanha decidir pisar no acelerador,
convencerá os franceses.

Este é o maior acordo da UE, em um momento de
fechamento de mercados. Para o Mercosul e o Brasil, é
importante não apenas para bens e serviços, mas
também para atrair investimentos e acelerar reformas
internas - disse o negociador-chefe pelo Itamaraty,
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