Clipping Banco Central (2020-10-17)

(Antfer) #1

IR: restituições somam R$ 23,4 bi


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Economia
sábado, 17 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança

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Autor: ROSANA HESSELBRUNA PAUXIS*


A Receita Federal informou, ontem, que as restituições
do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de 2020
totalizaram R$ 23,4 bilhões nos cinco lotes entregues
entre maio e setembro. O volume de devoluções foi
recorde, de acordo com o supervisor do IRPF, Joaquim
Adir. "Esse volume é o maior da história, e ficou R$ 6
bilhões acima das devoluções no ano passado",
informou Adir, em entrevista ao Correio. Ele destacou
que o processo de restituição neste ano "foi mais ágil do
que nos anteriores", devido à redução de sete para
cinco lotes de devolução. "Isso ajudou a estimular a
economia e a mitigar os efeitos econômicos da
pandemia", acrescentou.


Nessa operação, foram beneficiados quase 16 milhões
de contribuintes. Em 2019, até setembro, foram pagos
quatro lotes, contemplando cerca de 11,5 milhões de
pessoas, no total de R$ 17,4 bilhões. A partir de
outubro, serão pagas as restituições referentes aos
lotes residuais do IRPF. O aumento de R$ 6 bilhões no


valor das restituições do IR neste ano, contudo, não
cobre a frustração do 13º salário para os trabalhadores.
Estimativas preliminares do economista Fabio Bentes,
da Confederação Nacional do Comércio (CNC), indicam
que a injeção do salário será R$ 8 bilhões inferior à do
ano passado.

"O aumento no valor da restituição do IRPF é
expressivo e ajudou a evitar uma desaceleração maior
na economia. Mas não vai compensar o efeito negativo
da redução do 13º salário neste ano", explicou Bentes,
ao antecipar os dados para o Correio. Ele lembrou que
o aumento da restituição está mais relacionado ao fato
de o governo não ter corrigido a tabela do IRPF, o que
levou, portanto, mais pessoas a pagarem imposto.

Bentes ainda destacou que a queda no pagamento de
13º salário neste ano é resultado da Medida Provisória
nº 936, que trata da suspensão dos contratos de
trabalho com redução de remuneração e de jornada,
porque haverá pagamento proporcional ao período
trabalhado desse benefício. "Quem teve redução de até
50% na jornada não deverá ter direito ao 13º cheio",
lembrou. Para ele, se não for feita alguma alteração no
texto da MP que foi prorrogada os pagamentos serão
menores este ano.

Na avaliação do economista, a MP foi positiva para
evitar demissões no mercado, especialmente, no setor
de serviços, que foi o mais atingido pela crise provocada
pela pandemia de covid-19. "Esse remédio ajudou a
debelar os efeitos do coronavírus na economia. A
recuperação no comércio está se consolidando, mas a
remonta a patamares do fim de 2014, o que é
lamentável. A tendência é de crescimento nas vendas,
mas, olhando o efeito estatístico, o ritmo ainda será
fraco", destacou. Ele lembrou que a redução do auxílio
emergencial também não deve ajudar, como antes, no
crescimento do consumo.

Vale lembrar que, conforme os dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio
varejista cresceu 3,4%, em agosto, na comparação com
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