Clipping Banco Central (2020-10-17)

(Antfer) #1

Visto, lido e ouvido


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Opinião
sábado, 17 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Circe Cunha (interina)
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Corrupção, sempre ela


Com Cabral invadindo oficialmente o Brasil vieram com
ele as virtudes e os vícios da civilização portuguesa,
que logo foram impostos aos silvícolas. A opção de
fazer das terras achadas uma colônia exclusivamente
de exploração, como era corrente no período do
mercantilismo, deu o rumo que viria a marcar todo futuro
desse lado da América.


Obviamente, os primeiros a sentir os efeitos da
corrupção foram os próprios índios, enganados,
roubados e, posteriormente, escravizados. Das
intrincadas filigranas da burocracia lusa, praticadas por
aqui a partir de 1530, herdamos, por questões até de
sobrevivência, o que de pior o capitalismo comercial da
Era Moderna podia legar. Daqui tudo se extra[ia, da
forma mais bruta e sem remorsos, inclusive a dignidade
de muitos.


O nepotismo, o clientelismo e o oligarquismo foram


introduzidos e enquistados no modus operandi do
Estado, de tal forma e por tanto tempo que ainda hoje
nos vemos envoltos sob o manto difuso de um modo de
proceder que, ao fim, nos mantém acorrentados a um
eterno subdesenvolvimento. Se a corrupção é um
fenômeno histórico, difícil, depois de cinco séculos de
se desvencilhar, é porque ao longo do tempo
prosseguimos, por conta própria, alimentando e
chocando os ovos dessa serpente, prologando a razão
de nossa própria ruína.

Uma das fórmulas mais eficazes de interromper esse
ciclo vicioso, sem abarrotar as cadeias com meliantes é
conhecida a tempos e só não foi posta em prática por
que nunca interessou aos que detinham poder para
fazer essas transformações. O que a sociedade
brasileira assiste hoje, em pleno século 21, com os
escândalos revelados pela Polícia Federal e pelo
Ministério Público, nada mais é do prosseguimento
natural do girar de uma roda iniciada lá em 1500. Ao
longo dos anos, a cada nova geração em formação,
temos a oportunidade única de pôr fim a esse ciclo
malsã.

É, portanto, na educação de base que estão colocadas
as oportunidades de se iniciar um novo e redentor ciclo.
Ensinar aos pequeninos, ações do dia a dia como não
furar fila, não colar nas provas, devolver o troco errado,
não encontrar nada na rua, agradecer, pedir desculpas
e a proceder de modo a não levar vantagens em tudo e
a qualquer preço, é como plantar uma boa semente
para o futuro.

Palestras com esse tema para os estudantes do ensino
fundamental e médio seriam uma grande oportunidade
durante essa pandemia para levar a crianças e
adolescentes uma reflexão que os atinja
diariamente.Jornais, revistas, blogs, mídias sociais,
fartos materiais para o exame e crítica dos alunos.
Desde a manutenção e respeito pela escola até a
arrecadação de fundos para a festinha de São João,
são oportunidades para aprender e respeitar o bem
comum. Outra chance de os professores explorarem o
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