Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1

Chances de decolagem na indústria


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Opinião
domingo, 18 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Josué Gomes da SIlva


0 mundo atravessa período de perplexidade, no
momento em que enfrentamos duros desafios na
preservação da vida e da economia. Cabe nesse
cenário destacar, sob responsável otimismo, bons
paradigmas.


Há histórias reais de empresas que souberam enfrentar
recorrentes crises, tornandose exemplos extraordinários
de que investir em conhecimento, treinamento intensivo
e gestão equilibrada levam a empreendimentos de nível
internacional, reconhecidos pela competitividade,
inovação e consequente liderança de mercado. Uma
delas é a Embraer, nascida do ânimo de um grupo de
brasileiros visionários e abnegados, que somaram visão
de mercado com disciplina, além de profundo respeito
pela ciência e a tecnologia.


Líder mundial no desenvolvimento e construção de
aviões de até 150 lugares e única companhia
aeroespacial com linha completa de aeronaves
comerciais, executivas e militares, a Embraer enfrenta
talvez o momento mais difícil de sua história de mais de


meio século. Nem mesmo quando foi privatizada em
1994, em clima de grande turbulência política e
econômica, perdeu excelência e mercado. Hoje, por
motivos óbvios, precisa de crédito para financiar suas
exportações e para exercer plenamente seu papel de
fomento à inovação. O setor aeroespacial brasileiro,
cujo expoente maior é a Embraer, merece ser alvo de
políticas públicas para enfrentar cenário internacional
altamente competitivo.

A pandemia da Covid-19 - que paralisou o setor aéreo
em todo o mundo e contribuiu para a iniciativa da
Boeing (já combalida pelas dificuldades com o 737
MAX) em desfazer unilateralmente o negócio de compra
da área de aviação comercial da Embraer colocou-a
numa posição desfavorável. Trata-se de situação que
exigirá muita criatividade, disciplina e apoio para ser
superada. Entretanto a companhia tem evoluído muito
nos últimos anos e, hoje, dispõe de uma base sólida
para emergir da crise ainda mais forte do que antes.
Seu portfólio de produtos é de primeira linha. E , mesmo
em meio à grave turbulência, ao ampliar seus
investimentos em segurança cibernética, demonstrou
que se manterá na vanguarda do setor. Apostou, assim,
em ter um papel crescente nos sistemas de navegação
baseados em dados, muito valiosos para usos civis e
militares. Comprova seu caráter estratégico, pela
capacidade de decifrar "caixas-pretas", apoderando-se
de conhecimentos vitais para o país.

Na aviação executiva, seus jatos da linha Praetor são
sucesso em todo o mundo. Na comercial, a família de E-
Iets é líder disparada do mercado, com número superior
a 1.600 aviões entregues a mais de 120 companhias
aéreas, em 90 países. Na área de defesa, além do
vitorioso Super Tucano, o KC-390 Millennium é
reconhecido como o avião multimissão mais moderno
do mercado. Três já foram entregues à Força Aérea
Brasileira (FAB) e se destacaram em missões
humanitárias na presente pandemia. Portugal deverá
receber seu primeiro em 2023 e outras quatro unidades
em seguida, tomando-se pioneiro país operador do
equipamento no âmbito da Organização do Tratado do
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