Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - País
domingo, 18 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

funciona no Congresso há um ano, enquanto Câmara e
Senado discutem, desde junho, um projeto de lei que
tenta resolver a questão de maneira definitiva. Hoje, a
legislação brasileira permite que conteúdos políticos
sejam impulsionados pelas próprias empresas que
gerenciam as redes sociais, mediante pagamento dos
usuários, mas determina que isso ocorra com a devida
identificação do responsável pela propaganda.


As ações mais combativas das plataformas ainda não
foram suficientes para cessar a oferta de serviços
encontrados pelo GLOBO. Há, por exemplo, a opção de
escolher se os seguidores ou curtidas comprados serão
executados por contas com roupagem brasileira ou
internacional, numa tentativa de criar coerência entre as
publicações.


Na experiência conduzida pelo GLOBO, durante dez
dias, um perfil de um candidato a vereador imaginário
foi turbinado com dezenas de retuítes, cujo objetivo é
aumentar a circulação de uma mensagem na
plataforma. As contas responsáveis pela replicação
apresentavam todos os indícios de robôs: combinação
de letras e números no perfil, fotos aleatórias e uma
linha do tempo sem publicações próprias. Uma parte do
serviço foi entregue pelas quatro empresas contratadas
e depois inviabilizada pelo própria rede social, que
identificou as contas de atuação automatizada e as
removeu de seus quadros.


MEDIDAS CORRETIVAS O Twitter afirma que a
robotização de contas viola as políticas da empresa e
que tem sido "proativo em detectar comportamentos
suspeitos". Para eles, a retirada do ar das contas que
engajaram as publicações mostra que as "políticas e
medidas corretivas estão sendo implementadas".


O pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD) João
Guilherme Bastos afirma que o engajamento artificial
pode dar relevância aos compradores, ainda que viole
os termos de uso das próprias plataformas.



  • Nas redes sociais, todo mundo pode falar, mas nem
    todos são ouvidos. Pode ter vantagem quem se apropria


desses algoritmos para ter visibilidade - diz Santos.

Presidente da Comissão de Estudo de Publicidade e
Serviços Jurídicos da OAB no Rio, o advogado Antonio
Carlos Fernandes afirma que, além de violarem as
regras das plataformas, as redes automatizadas de
distribuição de conteúdos podem ajudar a criar imagens
positivas falsas de políticos e personalidades - ou
enfraquecer rivais: - Em vez de um debate político
polido, há a preocupação de difamar e atacar a honra
de outros, deixando a democracia cada vez mais vazia
e prejudicada.

"Nas redes sociais, todo mundo pode falar, mas nem
todos são ouvidos. Tem vantagem quem se apropria de
algoritmos para ter visibilidade"

João Guilherme Bastos, pesquisador

"Há a preocupação de difamar e atacar a honra,
deixando a democracia mais vazia"

Antonio Carlos Fernandes, advogado

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Destaques Jornais Nacionais
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