Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1

Sombra da corrupção incomoda Bolsonaro


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Política
domingo, 18 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

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Autor: INGRID SOARES


Apesar do esforço do presidente Jair Bolsonaro para se
descolar do escândalo envolvendo o senador Chico
Rodrigues (DEM-RR) -- até recentemente, vice-líder do
governo no Senado --, a imagem anticorrupção tão
defendida desde a pré-campanha e que o elegeu a
chefe do Executivo está cada vez mais arranhada.


Rodrigues foi alvo de uma operação da Polícia Federal
na última quarta-feira, em que agentes o flagraram com
dinheiro escondido na cueca. No dia seguinte, o ministro
Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal
(STF), determinou o afastamento do senador do
mandato por 90 dias -- a decisão do magistrado será
avaliada pelo plenário da Corte, na próxima quarta-feira.


Com a repercussão, Bolsonaro destituiu Chico
Rodrigues da vice-liderança e enfatizou que o
parlamentar não faz parte do governo. Mas, além de
colegas de Câmara por mais de duas décadas, a
proximidade entre os dois era visível, também, pelo fato


de o senador empregar como assessor em seu
gabinete, desde abril de 2019, Leonardo Rodrigues de
Jesus, conhecido como Léo Índio, primo de filhos do
presidente. Ele pediu exoneração após o escândalo.

Horas antes de ter o seu vice-líder flagrado pela PF,
Bolsonaro chegou a dizer que daria uma "voadora" em
quem praticasse atos ilegais no governo. Nas últimas
semanas, em falas controversas, disse ter acabado com
a Operação Lava-Jato, à qual mostrou apoio irrestrito no
começo da gestão.

Com a repercussão da declaração, Bolsonaro afirmou
que a imprensa não entende figura de linguagem. E
ressaltou que a Lava-Jato não funciona para o governo
porque nele não há casos de corrupção, mas continuará
funcionando para o país.

O caso de Rodrigues é mais um dos que aparecem no
entorno de Bolsonaro. Em agosto, segundo a revista
Crusoé, a quebra do sigilo bancário de Fabrício Queiroz
-- assessor de Flávio Bolsonaro quando ele era
deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro
(Alerj) -- mostrou que ele teria repassado R$ 72 mil, em
cheques, à primeira-dama Michelle Bolsonaro, entre
2011 e 2016. Além disso, a Folha de S. Paulo informou
que Márcia Aguiar, mulher de Queiroz, repassou R$ 17
mil para Michelle em 2011, totalizando, ao menos, R$
89 mil depositados.

Já Flávio Bolsonaro é investigado em suposto esquema
de rachadinha na Alerj -- quando o parlamentar fica com
parte do salário dos funcionários --, em parceria com
Queiroz. O ex-assessor está em prisão domiciliar.

Já Bolsonaro é alvo de um inquérito no STF que
investiga eventual tentativa de interferência dele na
Polícia Federal. A Corte ainda vai decidir se o
depoimento dele será feito presencialmente ou por
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