Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Política
domingo, 18 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

escrito.


Na opinião do senador Major Olímpio (PSL/SP), o caso
do dinheiro na cueca do então vice-líder do governo na
Casa lacera a imagem do país e do Executivo ao criar
condições para desvios de verbas destinadas ao
combate à covid-19. Ao Correio, o parlamentar relata ter
recebido, de um auxiliar do governo, proposta de R$ 30
milhões em emendas contra a doença para envio
seguindo critério próprio. "Eu perguntei: 'É para todos os
senadores? E os critérios técnicos que o Ministério da
Saúde usa?' Resposta: 'Não é para todos os senadores
e não serão os critérios do ministério e, sim, os critérios
políticos do senador'. E mais: 'É só preencher a planilha
e, em 30 dias, as emendas estarão na conta'. Eu
denunciei", afirma. "Usar dinheiro da covid para fazer
política nas eleições municipais e, ainda mais, sem
licitação. Ainda vem muito escândalo por aí." De acordo
com o parlamentar, a Procuradoria-Geral da República
(PGR) e o Tribunal de Contas União (TCU) investigam a
denúncia.


Para Olímpio, Bolsonaro não cumpriu o que prometeu
em relação ao combate à corrupção. "No meu
entendimento, houve crime de lesa-pátria do governo
em oferecer, para destinação nos currais eleitorais de
senadores, R$ 30 milhões de verbas carimbadas, que
deveriam ser destinadas a salvar vidas", enfatiza. "O
governo foi facilitador e provocou isso." Consultado
sobre a declaração do parlamentar, o Planalto disse que
não se pronunciará.


O líder do governo no Congresso, senador Eduardo
Gomes (MDB-TO), defende que o nome do chefe do
Executivo não pode ser atrelado ao caso Rodrigues. "A
investigação é da CGU (Controladoria-Geral da União).
Não é uma coisa que a gente fique feliz, mas não tem
nada a ver com Bolsonaro", comenta.


Constrangimento


O caso Rodrigues é um constrangimento para o
governo, opina o cientista político Rodrigo Prando.


"Bolsonaro verbalizou, dias antes, que havia acabado
com a Lava-Jato porque no governo dele não existia
corrupção. Rodrigues não tem a ver com a condição de
ministro, mas, sem dúvida, havia uma proximidade de
Bolsonaro com ele", diz. "Uma situação dessa impacta o
governo. Tanto é que Bolsonaro, imediatamente,
articulou para se distanciar do senador."

Prando lembra, porém, que Bolsonaro vive seu melhor
momento de aprovação, por conta do auxílio
emergencial e, em contrapartida, a oposição não
consegue explorar suas fragilidades.

Na visão do cientista político André Rosa, o flagrante
atinge o discurso anticorrupção, mas não o suficiente
para prejudicar a popularidade de Bolsonaro, que agiu
rapidamente para retirar o senador do posto.

A advogada Vera Chemim analisa que o episódio
envolvendo o ex-vice-líder arranha a imagem de
Bolsonaro, principalmente para as classes média e alta.
"Já a classe de renda baixa tende a ignorar os fatos ou
não lhes dar tanta importância, por serem beneficiados
com o auxílio emergencial. Bolsonaro segue firme e
forte perante a grande massa da população brasileira",
acredita.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -
TCU, Banco Central - Perfil 3 - TCU
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