Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1

Para conter preços de soja e milho


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Economia
domingo, 18 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da Economia

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Autor: MARINA BARBOSA


Para tentar conter a alta dos alimentos, o governo
decidiu zerar a alíquota de importação da soja e do
milho até o início do ano que vem. A medida já havia
sido tomada para o arroz e visa aumentar a oferta dos
produtos no país para baixar o preço de itens como óleo
de soja, leite e carnes.


A isenção vale até 15 de janeiro de 2021, no caso da
soja, e até 31 de março de 2021, para o milho, conforme
informado, ontem, pelo governo. A iniciativa foi
aprovada em uma reunião extraordinária do Comitê-
Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio
Exterior (Camex), realizada na sexta-feira, a pedido dos
ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e
da Economia.


A medida, anunciada ontem pelo governo, não prevê
uma cota de importação para esse período de isenção.
É mais flexível, portanto, que a relacionada ao arroz. No
caso desse grão, o governo permitiu a importação sem
tarifa de, no máximo, 400 mil toneladas até o fim deste


ano.

Por meio de nota, o Ministério da Agricultura explicou
que "o objetivo é promover um ajuste entre a oferta e a
demanda desses produtos no período anterior à colheita
da safra 2020/2021". O Ministério da Economia
acrescentou que "ambas as medidas têm como
motivação conter a alta de preços no setor de
alimentos".

Antes disso, a importação do milho estava sujeito a uma
tarifa de 8%, e a da soja variava de 8% a 10% -- de
acordo com o tipo trazido do exterior (6% para o farelo,
8% para o grão e 10% para o óleo de soja).

Alta de preços

A inflação oficial brasileira, medida pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vem
acelerando, nos últimos meses, por conta da alta dos
alimentos. Só o óleo de soja, ficou 51,3% mais caro
neste ano e sofreu uma alta de 27,54% apenas em
setembro. Foi uma elevação mais intensa do que a do
arroz, que subiu 40,69% no ano e 17,98% no mês
passado.

O aumento é motivado pela alta do dólar, que elevou o
preço da soja e do arroz no exterior e levou os
produtores nacionais a exportar mais, sobretudo para a
China, que também reforçou a demanda pelos produtos
brasileiros neste ano. Só as exportações de soja
subiram cerca de 30% entre janeiro e setembro,
chegando a 79 milhões de toneladas. Por isso, a oferta
diminuiu e o preço subiu no mercado doméstico.

No caso do milho, a alta de preços de 10,1% no ano e
de 3,35% em setembro também é fruto do aumento de
exportações. Mas essa elevação teve reflexo em outros
produtos essenciais para a mesa dos brasileiros, como
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