Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1

Exemplo europeu


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Opinião
domingo, 18 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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As autoridades sanitárias brasileiras precisam ficar
atentas às medidas restritivas adotadas por vários
países europeus diante do perigo do surgimento da
segunda onda da pandemia do novo coronavírus. Os
registros da covid-19 batem recordes seguidos na
Europa, e ações vêm sendo tomadas para evitar o
aumento ainda maior de infectados no continente, que
foi o epicentro da pandemia entre março e abril e levou
ao fechamento de fronteiras e à adoção do lockdown --
uma das maneiras mais radicais de enfrentamento à
doença --, com consequências negativas para as
atividades econômicas.


Na tentativa de unificar as medidas tomadas pelos
países-membros e torná-las mais eficazes,
representantes de cada um deles elaboraram uma
política comum para, por exemplo, coordenar as
restrições de deslocamento dentro do bloco. O plano
estabelece que o Centro de Prevenção e Doenças da
Europa divulgue, a cada semana, um balanço da
situação em cada nação, seguindo um mapa similar aos
existentes em vários estados do Brasil, que classifica as
regiões pelas cores verde, laranja e vermelho.


Em nível nacional, essa iniciativa não existe, desde o
momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF)
deu aos governadores e prefeitos o poder de decidir
sobre as políticas de combate à pandemia, e o governo
federal lavou suas mãos. Na Europa, viajantes
procedentes de uma área vermelha ou laranja poderão
ser obrigados a realizar quarentena ou testes
obrigatórios. O plano estabelece, ainda, que qualquer
mudança nas restrições adotadas deverá ser
comunicada com pelo menos 48 horas de antecedência,
numa ação coordenada

A Europa viu os casos da covid-19 diminuiírem em
meados do ano e medidas restritivas foram amenizadas
com a chegada do verão no hemisfério norte, época de
turismo intenso, importante para a economia de
diversos países, como França, Portugal, Espanha e
Itália. A volta de atividades com a abertura de bares,
restaurantes, espaços públicos, como praças e parques,
além de universidades, desencadeou aumento
significativo de casos de infecção pelo novo coronavírus
às vésperas do outono e inverno. As autoridades foram
obrigadas a fechar ou abreviar o funcionamento desses
locais.

Diante do assustador aumento de registros da doença,
os governos nacionais e locais já estudam a adoção de
medidas mais duras, como novos lockdowns. Na
França, o presidente Emmanuel Macron impôs toque de
recolher na região metropolitana de Paris e em outras
oito grandes cidades do país, classificando-as como
"zona de alerta máximo". O governo espanhol decretou
o fechamento parcial da capital Madri e cidades do
entorno por 15 dias. Em Portugal, foi decretado a
obrigatoriedade do uso de máscaras; e, na Inglaterra,
hospitais de campanha serão reabertos, e reuniões
privadas em locais fechados, proibidas.

A ameaça da volta galopante da pandemia na Europa,
com todas as suas nefastas consequências, deve servir
de alerta para os governantes brasileiros. As
autoridades devem adotar as ações necessárias para
evitar que uma segunda onda aconteça no Brasil, que
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