Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1

Eleição à sombra de Evo Morales


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Mundo
domingo, 18 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto

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Autor: RODRIGO CRAVEIRO


Cerca de 7 milhões de bolivianos devem escolher, hoje,
se reconduzem ao poder o Movimento ao Socialismo
(MAS), do ex-presidente e líder cocaleiro Evo Morales,
ou se repassam a cadeira principal do Palacio
Quemado, sede do Executivo, ao centrista Carlos Mesa
— candidato do partido Comunidad Ciudadana (CC),
que comandou o país entre outubro de 2004 e março de



  1. Sob forte polarização e em meio à tensão
    causada pela tentativa de Evo de influenciar as
    eleições, a partir do exílio na Argentina, a nação
    também elegerá, além do chefe de Estado e do vice, 36
    senadores e 130 deputados da Assembléia Legislativa
    Plurinacional da Bolívia. Arce, um economista de 57
    anos, buscou capitalizar sua força na figura de seu
    “padrinho político" Evo Morales, para quem ele é
    "garantia de estabilidade, crescimento econômico e
    redistribuição das riquezas”. O historiador e jornalista
    Mesa, 57, propõe sepultar o projeto socialista "masista”
    e substitui-lo por “um programa com sentido de Estado”
    e viável.


A pandemia, as animosidades políticas e a crise
econômica injetam mais tensão no processo eleitoral.
Em 15 de outubro de 2019, Evo Morales tentou um
terceiro mandato, mas foi forçado a renunciar, atingido
por acusações de fraude eleitoral e pela perda de apoio
dos militares. O medo da violência levou a Organização
das Nações Unidas (ONU), a União Européia (UE) e a
Igreja Católica a pedirem que os bolivianos votem em
paz. As pesquisas apontam um confronto imprevisível
entre Arce e Mesa, com um provável segundo turno, em
29 de novembro. Para vencer em primeiro turno, o
candidato precisa obter maioria absoluta (50% dos
votos mais um) ou 40% dos votos e dez pontos de
vantagem sobre o segundo colocado. Outros quatro
candidatos disputam as eleições, sem chances de
vitória.

Divisão

“Estamos divididos entre um bloco simpatizante do MAS
e um bloco anti-masista. Eu prevejo um final aberto.
Arce tem mais chances de ganhar no primeiro turno.
Porsuavez, Mesa tem possibilidades de levar a decisão
para o segundo turno. Os indecisos vão determinar o
curso das eleições”, afirmou ao Correio Marcelo
Arequipa, doutor em ciência política e professor da
Universidade Católica Boliviana San Pablo (em La Paz).
Ele entende que Evo Morales não goza de influência.

“Ficou claro que existe, em meu país, mais ‘masismo’
do que 'evismo’. Há mais gente que segue o MAS do
que simpatiza com Morales. Isso é muito importante.
Finalmente, temos uma corrente política de partido, não
de liderança populista”, acrescentou.

Segundo Arequipa, a presidente interina, Jeanine Ánez,
contribuiu com a derrocada da imagem de Morales. “Ela
reprimiu duramente os protestos sociais e os marcou
como se o MAS fosse sinônimo de corrupção,
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