Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1

Os quatro 'boina vermelha do Planalto


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
domingo, 18 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

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Autor: Jussara Soares


Há mais de 30 anos, no pelotão de boinas vermelhas
que se formava no pátio do Colégio Militar de Brasília
(CMB) às sextas-feiras para hastear a bandeira e cantar
o Hino Nacional, ninguém imaginava que quatro
estudantes de uma mesma turma integrariam a cúpula
de um governo. Atualmente auxiliares de confiança do
presidente Jair Bolsonaro, os ministros Jorge Oliveira
(Secretaria-Geral da Presidência), Tarcísio de Freitas
(Infraestrutura) e Wagner Rosário (Controladoria Geral
da União), e o diretor geral da Polícia Federal (PF),
delegado Rolando Alexandre de Souza, estudaram
juntos na turma de 1986 a 1992.


As relações pessoais de mais de três décadas fazem
com que os três ministros sejam vistos como um núcleo
à parte pelos demais colegas do Executivo. Eles se
conheceram quando tinham entre 11 e 12 anos. Wagner
e Tarcísio deixaram o colégio no último ano para cursar
a Escola Preparatória de Cadetes do Exército em
Campinas (SP). Depois, estiveram na mesma turma na
Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), entre
1993 e 1996.


Já Rolando, o atual diretor-geral da PF, também filho de
militar e integrou o grupo por apenas dois anos até se
mudar para o Rio de Janeiro. Em 1989 e 1990, na
sétima e oitava séries, estudou na mesma classe que
Tarcísio. Talvez por isso seja pouco lembrado entre os
colegas. Os dois só se reencontram recentemente no
governo.

A turma de 1992 (ano de formatura), que chegou a ter
cerca de 300 alunos divididos em 12 classes, foi
batizada de Machado de Assis. "Era uma homenagem
ao escritor, mas também uma irreverência porque
tínhamos um sargento chamado Machado e um major
Assis como monitores de disciplina", disse Oliveira, que,
após se formar, ingressou na Academia da Polícia
Militar do Distrito Federal.

O fato de uma única turma ter emplacado tantos
integrantes na cúpula de um governo é considerado
uma façanha tanto pelo Colégio Militar quanto por
colegas do trio. Os alunos da turma de 1992 se reúnem
em um grupo de WhatsApp com 137 participantes. A
cada semestre, costumam se encontrar no restaurante
Xique-Xique, especializado em comida nordestina, na
Asa Sul, em Brasília. Quando possível, o grupo marca
presença nas festas dos anos 1980 promovidas por
outro colega da turma, o publicitário e produtor de
eventos Paulo Bandeira.

"O pessoal vibra com essa história de três ministros.
Eles têm méritos, mas isso demonstra o quanto o
Colégio Militar foi importante. Ensinou determinação,
concentração, disciplina e patriotismo", disse Bandeira.
Nos encontros, uma das histórias mais repetidas é a do
professor que na chamada dizia "Uagnes" ao ler o nome
de Wagner.

Em breve, a turma de 1992 pode ter um ministro do
Tribunal de Contas da União (TCU). Na terça-feira,
Oliveira será sabatinado na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) do Senado. No dia seguinte, o nome
dele será votado em plenário. Se aprovado, ficará com a
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