Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1

Efeito pandemia acelera abertura de empresas por microempreendedores


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
domingo, 18 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da Economia

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Autor: Cleide Silva


A abertura de novas empresas, em especial os
chamados MEIs, de microempreendedores individuais,
deu um salto maior durante a pandemia do coronavírus.
Pessoas que perderam o emprego ou tiveram salários
reduzidos viram na criação de um negócio próprio a
alternativa para obter renda extra. Com a redução ou o
fim do pagamento da ajuda emergencial do governo, é
possível que esse movimento siga em crescimento.


Dados do Mapa de Empresas, do Ministério da
Economia, mostram que no segundo quadrimestre
houve um saldo de 782,6 mil novas empresas, resultado
da abertura de 1,114 milhão de CNPJs e de baixas de
331,5 mil. O número de aberturas, a maioria MEI, é o
maior para o período desde 2010 e 2% superior ao do
ano passado. Já o encerramento de atividades é o
menor em quatro anos e tam- bém 17% abaixo do
verificado no mesmo período de 2019.


Entre os novos microempreendedores, está Bárbara
Camilo, de 31 anos, demitida em março após oito anos
numa empresa de Belo Horizonte (MG). Junto com um


casal de amigos que também ficou desempregado, ela
abriu um MEI e, em junho, criou a Zé Donut. Eles
começaram a produzir rosquinhas na própria casa, mas
a clientela cresceu rapidamente e Bárbara decidiu
alugar uma loja com mais equipamentos e espaço.

O casal preferiu não ir adiante e ela convidou o marido,
que ficou desempregado um mês depois dela, e uma
prima para se juntarem ao negócio. "Inauguramos a loja
há 15 dias e já pensamos em ampliar, abrir espaço com
mesas para que o cliente possa comer os donuts aqui e
tomar um café", diz ela.

O economista do Ibre/FGV Rodolpho Tobler afirma que
o aumento de novas pequenas empresas já vinha
ocorrendo nos últimos anos, mas teve impulso na
pandemia. "As pessoas precisaram se reinventar, seja
porque perderam o emprego ou precisam de renda
extra." Segundo ele, houve um processo de
desburocratização para a abertura de empresas e, no
caso do MEI, há benefícios para atrair a formalização de
pequenos negócios, como cobertura previdenciária do
INSS (aposentadoria por idade, auxílio-doença e
salário-maternidade), ao custo de 5% do valor do salário
mínimo.

Além disso, há incentivos estaduais. São Paulo, por
exemplo, deu isenção de taxa de abertura de MEI por
dois meses (até o próximo dia 25) e empresas de
planos de saúde dão descontos para essa categoria.

"Com o auxílio emergencial caindo pela metade e a
sinalização do governo de que pode acabar, as pessoas
ficam cada vez mais com o orçamento apertado e
começam a buscar novas fontes, e há uma proteção
social com o MEI, mesmo que menor em relação a um
trabalho com carteira assinada", diz Tobler, que também
vê no movimento de alta a retomada da economia,
mesmo que lentamente.

Marketplace. O presidente do Sebrae, Carlos Melles,
lembra também da parceria da entidade com o
Magazine Luiza, que permite aos empreendedores
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