Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1

Arte arrecadou 5 vezes mais que mansão de Edemar Cid Ferreira


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
domingo, 18 de outubro de 2020
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Investir em obras de arte é caro, exige tempo, paciência
e não é para todo mundo - mas, em alguns casos, pode
dar resultado.


A grande coleção de arte do exbanqueiro Edemar Cid
Ferreira, do finado Banco Santos, por exemplo,
mostrou-se muito valiosa e ajudou a garantir
pagamentos a credores da instituição financeira, que
teve a liquidação determinada pelo Banco Central em
2013.


Conhecido pelo estilo naba- besco e por grandes festas,
Edemar Cid Ferreira tinha um patrimônio pessoal que
incluía todo o tipo de luxos. O mais evidente era a
mansão no bairro do Morumbi, que foi alvo de
curiosidade e escrutínio desde que ele deixou o imóvel,
em 2010. No entanto, as obras de arte que ele angariou
ao longo do tempo, e que foram confiscadas tanto no
Brasil quanto no exterior, trouxeram bem mais recursos
à massa falida do que a construção gigante com vista
para o Jockey Club de São Paulo.


Depois de vários leilões fracassados, a casa chegou a
ser vendida por menos de R$ 10 milhões, mas a Justiça


decidiu refazer o evento quando surgiu um interessado
de última hora. No início de 2020, o imóvel foi adquirido,
por R$ 27 milhões, pelo empresário do ramo
educacional Janguiê Diniz. O prédio vai ser
transformado em uma escola e ajudou a inflar a
arrecadação imobiliária da massa falida do Banco
Santos para mais de R$ 70 milhões (veja quadro).

No entanto, as duas cifras são pálidas em comparação
à arrecadação com as obras de arte do ex-banqueiro. O
total trazido com quadros, esculturas, fotografias e
esboços de artistas famosos, quando se contam os R$
25 milhões do mais recente leilão de obras ligadas ao
Banco Santos, chega a R$ 151 milhões. É mais do que
o dobro do que o angariado com imóveis e mais de
cinco vezes o valor de venda da mansão de 4,5 mil m2.

Leilão 'show'. O leiloeiro James Lisboa, responsável
pela venda do último grande lote de obras de Edemar
Cid Ferreira, resolveu transformar um evento em um
verdadeiro show. Ele comprou espaços no canal por
assinatura Arte 1, que pertence ao Grupo Bandeirantes,
para ampliar o acesso de interessados em arte às
obras. No fim de setembro, quando as obras mais
disputadas foram oferecidas, a transmissão durou três
horas. O total arrecadado foi mais do que o triplo do
inicialmente esperado, segundo o leiloeiro.

"Todos os lotes tiveram disputa", disse Lisboa,
lembrando que as três horas foram insuficientes. Para
cobrir todos os 149 lotes, que incluíram peças de Cil- do
Meirelles, Tarsila do Amaral e Tunga, ele trabalhou das
2üh à 1h da manhã. A obra mais cara da noite - The
Founding #6, do americano Frank Stella - foi vendida
por R$ 4,2 milhões. Segundo o leiloeiro, o valor só não
foi maior porque a peça trazia desafios logísticos. "É um
quadro de 4,5 metros por 16 metros. E muita gente teria
de fazer reformas para exibi-lo. Porque, no fim das
contas, todo mundo que compra quer mostrar." / F.S.

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