Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
domingo, 18 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança

apostas mais seguras. Ter um Di Cavalcanti, uma
Tarsila do Amaral ou um Portinari na parede é uma
garantia de que o investimento (quase) certamente não
vai desvalorizar. O mesmo raciocínio vale para artistas
contemporâneos que já tiveram uma explosão de preço,
como Adriana Varejão ou Vik Muniz.


Responsável pelo leilão milionário das obras de Edemar
Cid Ferreira - que arrecadou recursos para pagar os
credores do Banco Santos -, o leiloeiro James Lisboa
ressalva que, mesmo quando se fala de nomes
consagrados, também é necessário algum
conhecimento técnico sobre o tema. "Nem toda a obra
de um artista vai ter a mesma valorização. O artista é
um operário, precisa criar para sobreviver. Então é
preciso ter em mente que a qualidade da obra varia de
peça para peça."


Para quem não é grande colecionador e não tem
milhões para montar uma coleção extensa, o jeito é
apostar em artistas que ainda não tiveram saltos de
preço. "A maior parte do mercado de arte não está nos
leilões conhecidos, mas em artistas cujo preço das
obras hoje varia de R$ 10 mil a R$ 25 mil", explica
Lisboa. A resposta sobre a valorização da obra pode vir
só em uma, duas ou até três décadas. Por isso, Lisboa
reforça o conselho: "Compre o que te dá prazer."


Desembolso


R$ 10 mil é o preço mínimo das obras vendidas hoje no
mercado e que têm chance de um dia se valorizar como
investimento


3 PERGUNTAS PARA...


José Olympio Pereira, presidente da Bienal de SP


1 Qual é a recomendação para se investir em arte?


Sempre comprei arte por paixão, faço isso há cerca de
30 anos. Ao longo do tempo, ela se tornou um
investimento. Mas eu recomendo que as pessoas
estudem e usufruam do processo de pesquisar uma
obra de arte, que é quase tão prazeroso quanto a


compra em si. Não precisa ir com sede ao pote, sair
comprando. É algo bom de se estudar, ver, conhecer.

2 Há alguma vantagem em se comprar arte, em relação
a outros bens?

Sim. Diferentemente de se comprar um carro bacana,
um barco ou um avião - essas coisas em que as
pessoas investem por prazer, mas que sempre vão
valer menos -, a arte é algo de que você desfruta e que
corre o risco de se valorizar. Se alguém vai comprar
uma peça de grife, não vai pensar se vai valorizar ou
não. É mais ou menos assim que encaro a compra de
arte.

3 Então, pensar a arte como investimento puro não é a
melhor ideia?

Dou palestras sobre o tema e digo que, se você
comprar arte só por investimento, ela pode deixar de ser
uma fonte de prazer e passar a ser um aborrecimento à
medida que não performar. É como ter pendurada na
parede uma ação que se desvalorizou. / F.S.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Caderneta de poupança
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