Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1

Quando ensinar finanças entra na conta


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Noticias
domingo, 18 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança

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Em um momento de crise econômica, questões ligadas
à educação financeira têm se mostrado urgentes. Mas
não é de hoje que as escolas começaram a incluir o
tema em seus currículos. Com a sociedade buscando
cada vez mais colégios que preparem os estudantes
não apenas para provas e vestibulares, mas também
para a vida, tem crescido o espaço que as instituições
dão à temática.


Faz quatro anos que o Colégio Franciscano Pio XII
decidiu tratar do assunto na disciplina Prevenção e
Cidadania, que aborda sobretudo questões
socioemocionais. 'A gente queria entrar na educação
financeira pela cidadania e pela sustentabilidade', conta
Patrícia Heidrich Prado, psicóloga e docente
responsável pelo tema na escola. Estudantes que
passam por esses aprendizados podem ter mais
facilidade para ter uma vida financeira saudável no
futuro, mas há consequências imediatas. 'O principal é
aprender a gerir o dinheiro próprio, a mesada, e fazer
economia. A gente discute muito sobre compra por
desejo ou por necessidade, por exemplo', cita.


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que norteia


conteúdos e habilidades que as escolas do Brasil
devem desenvolver ano a ano, inclui educação
financeira como uma 'temática interdisciplinar'. Fica,
assim, ao lado de conteúdos como educação para o
trânsito e para a saúde e direitos da criança e do
adolescente. O texto diz que devem ser consideradas
'as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas,
além da econômica, sobre as questões de consumo,
trabalho e dinheiro'. Cita como exemplo um projeto de
trabalho dentro da disciplina de História, tratando do
dinheiro e de sua função na sociedade, da relação entre
dinheiro e tempo.

Apesar de constar no trecho introdutório da BNCC como
tema transversal, a educação financeira pouco aparece
nos objetivos específicos elencados ano a ano. E,
quando aparece, está concentrada dentro da
Matemática. Fica restrita a operações como cálculo de
porcentagens e de juros. Fora da Matemática, é citada
em Português sobre leitura e compreensão de contas
de consumo. Sem esse detalhamento, fica mesmo a
cargo das escolas e de sistemas de ensino incluírem a
educação financeira nos currículos de forma mais
consistente.

'Embora haja esse documento, a temática ser incluída
de fato demanda certa vontade política', diz Claudia
Forte, superintendente da Associação de Educação
Financeira (AEF-Brasil). Ela defende que a temática na
escola inclua sempre a preocupação com o consumo
consciente e tenha uma ligação com o cotidiano. 'A
criança não pode ser alijada da discussão sobre o
dinheiro. Quando ocorre na escola, estimula também a
participação em casa. Os mais novos podem participar
do planejamento das férias, saber que o papai perdeu
emprego e precisamos repensar os gastos.'

Processo. Segundo Claudia, o alto nível de
endividamento do

Brasil, nas mais diversas classes sociais, é um prova de
quanto as escolas ainda têm trabalho pela frente. Mas é
preciso ter paciência e persistência. 'Ninguém aprende
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