Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
domingo, 18 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

No conselho de administração da XP tem só um nome
feminino. Não é curto o prazo para ter 50% em 2025?
Só tem uma mulher por enquanto. Não é tão curto o
prazo. Se abrir espaço, chega até antes. Só de
botarmos a boca no trombone, no bom sentido, já faz
com que muita coisa aconteça. Tem que acompanhar
de perto.


Tem pessoas que acabam tendo um pouco mais de
preconceito e não entendem a questão dameritocracia.
Trabalhar com diversidade é deixar a empresa melhor.
Foi essa apegada que a gente tem tentado
conscientizar todos os nossos líderes, além de deixar a
sociedade mais equilibrada.


O programa da XP tem um treinamento para eliminar
viés inconsciente na liderança e na equipe. Como está
sendo a sua experiência pessoal com isso? Em
algumas poucas áreas, as pessoas que são cabeça um
pouco mais fechada, que é a minoria absoluta na
empresa, ficam com a sensação de que isso é mimimi,
que a gente não é mais meritocrático, que a empresa
agora quer fazer inclusão e não se preocupar em ser a
melhor empresa possível.


Depois que você explica, com dados e fatos, que a
gente quer ser ainda melhor, e que uma área diversa
entrega mais no final, você descaracteriza aquele viés.
E a gente tem conseguido uma aceitação muito grande
na empresa.


Eu diría que praticamente todos os líderes hoje já
entenderam que é um caminho sem volta e que é a
melhor forma de tornar a nossa empresa cada vez
melhor.


Também foi criado um coletivo feminino em julho na XP.
Elas encaminham essas discussões diretamente a
você? Como eu tenho sido o capitão dessa
transformação dentro da empresa, fica mais fácil.
Quando o principal líder da empresa encampa a causa
e entende a importância disso, as outras pessoas
acabam aderindo naturalmente.


Todas as mulheres da empresa se sentem
empoderadas e com mais espaço, e se sentem capazes
de competir com os homens com as mesmas
condições. Isso é bom.

Na verdade, o que faltava era essa autoestima e,
quando você começa a se comprometer com isso, você
valoriza as mulheres que já estão na casa e aquelas
que querem entrar no mercado.

Para além da diversidade de gênero, teve o exemplo
recente da Magazine Luiza, que fez o programa de
trainees para profissionais negros. Como a XP está
trabalhando isso? Quando se fala em diversidade, a
gente fala em tudo. A meta de cada líder de equipe é
conseguir trazer pessoas que possam ter a amostragem
da população brasileira. No final, é isso que vai fazer
com que a gente consiga atender o cidadão brasileiro.

Guilherme Benchimol Graduado em economia pela
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Fundou
0 grupo XP em 2001 É também presidente do conselho
de administração da empresa desde 2018

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
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