Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1

Imóveis icônicos vão a leilão para reduzir dívida pública do governo


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
domingo, 18 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

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Autor: Nicola Pamplona


No hall dos elevadores do andar mais alto do edifício
Joseph Gire, no centro do Rio de Janeiro, ainda é
possível ver, meio apagada, a marca da Rádio Nacional,
que tornou o prédio um dos marcos dos anos de ouro
do rádio brasileiro.


Atrás do que antes era um letreiro, estão o que restou
de auditórios e estúdios que receberam artistas como
Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Orlando Silva e
Francisco Alves, sempre recebidos por hordas de fãs na
porta do edifício.


A outrora imponente construção, considerada o primeiro
arranha-céu da América Latina quando foi inaugurada,
em 1929, está fechada desde 2018 e hoje abriga
apenas três funcionários responsáveis pela segurança e
manutenção.


Também conhecido como edifício "A Noite", por ter
abrigado o vespertino carioca em seus primeiros anos,
ele será levado a leilão pelo governo federal, a um
preço mínimo de R$ 90 milhões, como parte de um


programa de venda de imóveis hoje sem uso pela
administração pública.

O programa, que já identificou 3,8mil imóveis com valor
estimado em R$ 30 bilhões, inclui a venda de outros
edifícios marcantes em suas regiões, como o Edifício
João Pessoa, considerado o primeiro arranha-céu da
capital paraibana e também conhecido como "18
andares".

Assim como o Joseph Gire, o João Pessoa tem uma
história ligada à música: foi construído onde funcionava
a Orquestra Sinfônica da Paraíba, que passou a ocupar
seu primeiro andar, após a inauguração, em 1962.

Projetado pelo arquiteto Ulysses Petrônio Burlamarqui
como um edifício misto entre comercial e residencial,
representou uma mudança urbanística importante na
cidade, dando início ao processo de verticalização.

Em Brasília, entre apartamentos e casas funcionais, a
Secretaria do Patrimônio da União incluiu na lista de
vendas a antiga estação rodoferroviária, planejada pelo
arquiteto Lúcio Costa para ser ferroviária e como parte
do Plano Piloto da capital.

Projetada por Oscar Niemeyer, ficou pronta em 1976
mas, por falta de demanda, passou a operar também
como rodoviária em 1981.

A estrutura de linhas retas deixou de ter uso como
terminal de transportes em 2010, com a inauguração da
nova rodoviária da capital, no centro do Plano Piloto, e
passou a abrigar escritórios de órgãos públicos.

O governo de Brasília projeta um novo bairro na região
da rodoferroviária, que fica no extremo Oeste do Plano
Piloto, o que pode valorizar o interesse pelo imóvel.

"Esses imóveis sem uso precisam de manutenção,
guarda... Nós pagamos para mantê-los e, por outro
lado, não retornam nenhum benefício para a
sociedade", diz o secretário da SPU, Fernando Bispo.
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