Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
domingo, 18 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

"Quando vendido ou permutado, os investidores vão
desenvolver aquilo, gerando impacto positivo nas
cidades."


Em Vitória, porém, a proposta de venda de antigos
galpões do IBC (Instituto Brasileiro do Café) gera
polêmica. Foi uma das primeiras construções do Jardim
da Penha, projetado nos anos 1950 como um bairro
planejado inspirado em Belo Horizonte.


São 33 mil metros quadrados, construídos para ajudar a
regular os estoques brasileiros de café, e hoje
pertencentes à Conab. Moradores da cidade temem que
a área seja transformada em um complexo residencial e
pedem seu uso como centro cultural e turístico.


Também planejado para armazenar café, outro imóvel
histórico da lista é o antigo prédio da Cobec
(Companhia Brasileira de Entrepostos e Comércio), em
Campinas, considerada uma das primeiras construções
industriais da cidade, erguida em 1938.


A venda de imóveis vem sendo alardeada pelo ministro
Paulo Guedes (Economia) como uma possibilidade
para levantar R$ 1 trilhão e reduzir a dívida pública do
país, embora o balanço do governo mostre que o
número dificilmente será alcançado.


No primeiro trimestre de 2020, os ativos imobiliários da
União somavam R$ 1,3 trilhão, considerando também
os imóveis hoje em uso, parques nacionais, aeroportos,
estradas e ferrovias, entre outros.


Bispo, diz que, além dos imóveis desocupados, o
programa de vendas será reforçado pelo
remanejamento de órgãos federais para desocupar
edifícios hoje subutilizados.


"Ao analisar os imóveis, a gente viu que existia uma
cultura no governo de acúmulo de bens", afirma ele.
"Chega um momento em que o número de ativos é bem
superior à necessidade, e isso onera o governo de
maneira desnecessária".


Até agora, a SPU já vendeu 13 imóveis por R$ 220
milhões. Boa parte da arrecadação veio de um galpão
em Barueri, na Grande São Paulo, vendido a uma
empresa de empreendimentos imobiliários por R$ 162,5
milhões em dezembro de 2019.

O mercado vê dificuldades na alienação de alguns
ativos, como é o caso do Joseph Gire. Sua venda pode
ser prejudicada pela crise no mercado imobiliário
corporativo da cidade - o índice de vacância no centro,
onde se concentra a oferta de imóveis corporativos, é
hoje de 30%.

"O mercado comercial e corporativo vive situação muito
delicada, com oferta muito grande e demanda retraída
desde 2016, com a questão do enfraquecimento
econômico do Rio e a perda de investimentos", diz o
vice-presidente da Secovi-Rio, Leonardo Schneider.

Ele avalia que o Edifício A Noite tem potencial para
atrair empreendimento voltado ao mercado residencial,
que ainda não deslanchou na região. O mesmo, diz,
podería ocorrer com outro dos imóveis cariocas na lista
de vendas da União: a antiga sede da RFFSA, na
Avenida Presidente Vargas, também no centro da
cidade.

"As autoridades deveríam pegar esses dois projetos e
fazer de tudo para que sejam um divisor de águas na
ocupação residencial do centro", diz, lembrando que
com o maior uso de home office, a tendência é que a
necessidade de espaços corporativos seja cada vez
menor.

Para o governo, a lei sancionada em junho melhora as
condições de venda e pode agilizar a alienação dos
ativos.

O texto estabelece os leilões virtuais, aumenta de 10%
para 25% o desconto em caso de falta de interessados
na primeira oferta e mantém com a União passivos que
venham a surgir após a alienação do ativo.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Paulo Guedes
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