Clipping Banco Central (2020-10-18)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 18 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

Ao dispensar o vice-líder, o presidente reagiu a uma
situação politicamente incontornável. Sua ação não foi a
de um mestre das artes marciais contra a corrupção.
"Nessas horas, dá uma vergonha de ser assinante da
Folha" disse leitor.


Na mesma semana turbulenta, a Folha reconheceu um
erro em primeira página-o que não é todo o dia que
acontece.


A reportagem que foi manchete do jornal no domingo
(11) dizia que o Brasil é o país que mais expandiu gasto
público entre 2008 e 2019. Na quarta (14), após
economistas terem apontado o erro em redes sociais,
veio a correção. A reportagem usou dados de 2008 e
2009 cuja metodologia é distinta da empregada a partir
de 2010.


Porém, O texto que trazia a correção enfatizou que,
mesmo sem os dois anos, a escalada da despesa do
governo seguia sem paralelo entre as principais
economias do mundo (uma "anomalia").


Ainda que os números estivessem desde O início
corretos, a reportagem merecia reparos. Segundo ela, a
escalada do gasto se deveu principalmente aos
benefícios sociais. Isso não faz sentido em um país tão
desigual? Foi tudo obra depura irresponsabilidade?


O texto não ouviu especialistas em finanças públicas
para contextualizar os fatos, não explicou o significado
do retrato apresentado, nem fez conexão com o
presente.


Também não citou informações importantes, como o
fato de o país ter concluído uma reforma da
Previdência, muito defendida justamente para conter os
altos gastos com aposentadorias e pensões, tampouco
indicou como o PIB se comportou no período.


"Sou leigo em economia e procurei entender a
saraivada de números e seus significados. Parece que
os dados foram utilizados para confirmar uma tese do
autor ou do jornal e só isso" disse um leitor.


Entre economistas, crescem as preocupações com o
endividamento do país e as condições de pagamento da
dívida de prazo mais curto, o que indica que um esforço
maior de contextualização teria feito bem à reportagem.
No mínimo, teria afastado a impressão do leitor de que
a Folha vez ou outra segue agenda pouco afeita ao
contraditório, injustificável no conteúdo noticioso.

A cobertura só tem a ganhar quando não cai na
tentação da superficialidade de um tuíte.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Reforma da Previdência, Cenário Político-Econômico -
Colunistas
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