Clipping Banco Central (2020-10-19)

(Antfer) #1

Meu voto é na esperança


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Saúde
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Tabata Amaral


Em minhas conversas e caminhadas, tenho me
deparado com pessoas cansadas e descrentes da
política. Esse vem sendo um ano duro e, deforma geral,
nossos políticos ficaram aquém no enfrentamento ao
coronavírus e às crises sociais, econômicas e
ambientais que, com a pandemia, ficaram mais
evidentes e foram aprofundadas.


Faltam apenas 27 dias para o primeiro turno das
eleições municipais e a indiferença em relação à política
nunca foi tão grande: 1 de cada 5 pessoas não sabem
se irão às urnas e, na pesquisa espontânea do Ibope
divulgada no dia 15 de outubro, 40% dos paulistanos
afirmaram não saber em quem votarão ou preferiram
não opinar. Evidência disso é a apatia da população
diante da opção feita pelas emissoras de televisão de
não realizarem os debates eleitorais.


Apesar do desânimo generalizado, minhas últimas
semanas vêm sendo de muito trabalho e, sobretudo,
esperança. Nos quatro cantos do país, há pessoas
preparadas, aguerridas e comprometidas com a boa


política se candidatando para os cargos de prefeito e
vereador pela primeira vez.

Muitas dessas candidaturas carregam o que chamo de
"diploma de realidade": um conhecimento profundo dos
problemas reais que afetam a parcela mais vulnerável
da população.

Estou falando de mulheres, negros, jovens, periféricos,
pessoas com deficiência e LGBTs, entre tantas outras,
que decidiram colocar projetos pessoais de lado para
poderem transformar uma política que, via de regra,
serve apenas aos interesses de um pequeno grupo da
sociedade.

Essas candidaturas enfrentam uma competição muito
injusta. Concorrem com quem financia sua campanha
com caixa 2, compra o apoio de lideranças e recorre a
ameaças quando vê sua posição de poder questionada.

Mas, por isso mesmo, recorrem a vaquinhas, voluntários
e integram os mais diferentes movimentos para, no
coletivo, construir projetos viáveis. Fazem isso porque
entenderam que, se a política e os políticos não
mudarem, tampouco mudarão o transporte público, o
acesso à saúde e a oferta e qualidade das creches,
apenas para trazer alguns exemplos.

No Vamos Juntas, movimento suprapartidário por mais
mulheres na política do qual sou fundadora, são 51
líderes das cinco regiões do país. São mulheres
diversas que contaram com formação política, mentoria
de parlamentares eleitos e apoio psicológico, entre
muitas outras coisas, para poderem superar barreiras
como o assédio, suas múltiplas jornadas, que se
intensificaram com a pandemia, e o pouco espaço que
os partidos políticos insistem em reservar para as
mulheres.

No Acredito, movimento de renovação política que
fundamos em 2017 para criar uma ponte entre a
sociedade e a política formal, são 100 lideranças cívicas
comprometidas com a construção de um país mais
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