Clipping Banco Central (2020-10-19)

(Antfer) #1

Valorização do dólar dá atratividade ao fundo cambial


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
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Autor: GABRIEL MARTINS


Há quase um mês o dólar comercial não é negociado
abaixo de R$ 5,50, devido, entre outros fatores, à
proximidade das eleições presidenciais nos Estados
Unidos e às incertezas sobre a situação fiscal da
economia brasileira. Para o fim do ano, analistas
ouvidos pelo boletim Focus, do Banco Central,
estimam a cotação a R$ 5,30. Com isso, aplicações em
dólar têm dado retornos expressivos, enquanto fundos
de ações e renda fixa mostram desempenho fraco, ou
até negativo. Ainda assim, especialistas recomendam
cautela na hora de incluir investimentos cambiais na
carteira, já que têm elevada volatilidade.


Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades
dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), de
janeiro até a segunda semana de outubro, os fundos
cambiais registram rentabilidade de 39,4%. Do outro
lado, os fundos de renda fixasimples (que investem em
títulos públicos) sobem 1,43%, enquanto os fundos de
ações livres (quando o gestor escolhe os papéis da
carteira) caem 7%.


A principal indicação do dólar na carteira do investidor,
ressaltam analistas, é garantir proteção contra perdas
muito bruscas quando há turbulência no mercado - um
cenário marcante em 2020.

A proteção com dólar ocorre porque, na maioria dos
casos, ele é descolado da Bolsa. Quando as ações
estão caindo muito, a moeda americana costuma
apresentar bons ganhos. Por isso, ter uma parcela de
fundo cambial na carteira, pensando em proteção contra
movimentos bruscos, é uma ideia aconselhável - diz
Gabriela Mosmann, analista da Suno Research.

Para efeito de comparação, o dólar comercial acumula
valorização de 40,2% este ano. Já o Ibovespa, índice de
referência da B3, ainda opera com perdas de 17%.

PROTEÇÃO EM MENTE

Mas é preciso ter em mente que, por ser um ativo com
oscilações diárias, não é possível prever patamares
para o dólar. No caso de uma queda brusca na cotação,
os ganhos acumulados podem cair ou até ser anulados,
a depender das variações.

Até o fim do ano, passada a eleição americana
especialmente, é provável que o dólar se acomode em
patamares mais baixos. Se o investidor aplicar de forma
agressiva em moeda, pode perder dinheiro. A sugestão
é ir colocando esse investimento na carteira de forma
gradual pondera Sylvio Fleury, diretor de Relações com
o Mercado da Ativa Investimentos.

Segundo Felipe Dexheimer, coordenador de Aloca- ção
da XP, para uma pessoa de perfil moderado, que tenha,
por exemplo, 20% da carteira em ações, é
recomendável que entre 4% e 5% dessa fatia em renda
variável fiquem em ativos com exposição ao dólar.

Os fundos cambiais são atraentes para os investidores
porque têm aporte inicial pequeno e taxas de
administração baixas. Na XP, por exemplo, a aplicação
mínima é de R$ 100, com taxa de administração de
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