Clipping Banco Central (2020-10-19)

(Antfer) #1

Ao menos 30 candidatos prometem renda mínima


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da Fazenda

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Autor: Ricardo Galhardo Bianca Gomes ,CAIO
SARTORI, LEONARDO AUGUSTO, LUCAS RIVAS,
JULIO CESAR E REGINA BOC


Programas de transferência de renda para a população
mais pobre, nos moldes do auxílio emergencial do
governo federal, estão sendo discutidos por ao menos
30 candidatos a prefeito nas principais cidades do País.
Com variações nos valores e no alcance da população
beneficiada, há propostas em nove capitais, onde vivem
cerca de 34,3 milhões de pessoas, feitas por
representantes de todos os lados do espectro político.


Em São Paulo, Rio, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte,
Manaus, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre candidatos
incluíram em seus programas ou prometeram, em
entrevistas e discursos, criar repasses de R$ 100 a R$
600 por mês (mais informações nesta página).
Economistas ouvidos pelo Estadão levantam dúvidas
sobre a eficácia destes programas em nível municipal.
Além disso, dizem os analistas, a queda de receita na
maioria das prefeituras, agravada pela pandemia,
coloca em xeque a viabilidade das promessas.


A covid-19 fez com que índices de renda e
empregabilidade piorassem nos últimos meses. A
metade mais pobre da população perdeu, em média,
27,9% da renda mensal, que passou de R$ 199 para R$
144, segundo a pesquisa "Efeitos da pandemia sobre o
mercado de trabalho brasileiro", divulgada mês passado
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além disso, mais
de 4,5 milhões de brasileiros ficaram desempregados
em setembro, segundo dados do IBGE.

Um outro estudo publicado em agosto por professores
da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
mostrou que o impacto do auxílio emergencial de R$
600 aprovado pelo Congresso em abril pode ser de até
2,5% do PIB, pois o dinheiro ajuda a movimentar
comércio e indústria locais.

Além do discurso oficial, de tentar fazer a economia
voltar a girar, candidatos também miram ganhos
políticos. A aprovação do presidente Jair Bolsonaro
subiu de 29% para 40% entre dezembro do ano
passado e setembro, segundo pesquisa CNI/Ibope.
Analistas creditam ao auxílio emergencial a melhora nos
índices, mesmo em meio ao aumento nos números de
infectados e de mortos pelo coronavírus no País.

Diante da popularidade obtida com a medida, o Planalto
discute agora a criação do chamado Renda Cidadã,
para substituir o Bolsa Família, lançado em 2004 pelo
então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A equipe
econômica busca alternativas para conseguir recursos
sem furar o teto de gastos.

Operação. Se é difícil para o governo federal, que
concentra 55% da arrecadação de tributos, a
operacionalização de programas de renda é um desafio
maior para os municípios, que recebem, em média, 19%
da carga tributária. A pandemia fez com que, só no
Estado de São Paulo, a arrecadação das cidades no
primeiro semestre caísse 20% em relação ao mesmo
período do ano passado, de acordo com balanço do
Tribunal de Contas do Estado (TCE).
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