Clipping Banco Central (2020-10-19)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da Fazenda

"Há um problema orçamentário, as cidades não têm
condições de viabilizar esse tipo de programa", disse o
economista Roberto Macedo, ex-secretário de Política
Econômica do Ministério da Fazenda no governo de
Fernando Collor, no início da década de 1990.


Segundo ele, ações do tipo devem ter caráter nacional.
"Há outras prioridades para as prefeituras: educação e
saúde. E sabemos por estudos que a criança
desenvolve muito da sua capacidade mental do zero
aos três anos. É melhor trabalhar em um programa
desse tipo."


Nem todas as promessas especificam de onde vai sair o
dinheiro para implementação dos benefícios. O
economista e professor associado do Insper Marcos
Mendes afirma que o peso dessas propostas nas contas
pode ser irreversível. "Um programa de transferência de
renda é uma despesa de caráter obrigatório e
permanente. Uma vez criado, não tem como voltar
atrás", diz.


Uma saída possível, afirma, seria criar atividades
complementares para quem já recebe benefício federal.
"Por exemplo, colocando verba municipal na
contratação de equipes que atuam no Bolsa Família."


PERGUNTAS PARA


Eduardo Suplicy, vereador e histórico defensor da renda
mínima


Analistas atribuem a popularidade do presidente ao
auxílio e dizem que uma renda básica poderia fortalecê-
lo. Isso o incomoda?


Pode até acontecer. O que quero é a renda básica de
cidadania. Se o presidente Bolsonaro resolver abraçar a
ideia, se ele e Paulo Guedes concordarem que é uma
coisa positiva, vou elogiar, reconhecer.


Muitos dos pensadores mais importantes do mundo vêm
reconhecendo a importância da renda básica. Barack
Obama já disse que, com a velocidade cada vez maior
da inteligência artificial, nó precisamos pensar em novos


meios de organização da sociedade e numa renda
básica para todos. Se formos à Bíblia Sagrada, a
palavra mais citada, 513 vezes, é justiça social.

Maioria não detalha de onde sairão os recursos

Criação de benefício financeiro une políticos da direita e
da esquerda; só em SP, 6 candidatos sugerem a
proposta Propostas que envolvem transferência de
renda foram mapeadas pelo Estadão em programas de
governo e entrevistas de ao menos 30 candidatos de
nove capitais. A maioria, no entanto, até agora não
detalhou como arranjarão recursos para bancar suas
propostas.

Em São Paulo, 6 dos 14 concorrentes à Prefeitura falam
em algum tipo de auxílio. Celso Russomanno
(Republicanos) tem usado a promessa para atrair o
eleitorado mais pobre e reforçar seu vínculo com o
presidente Jair Bolsonaro. Russomanno fala em
renegociar a dívida do município com a União.

Há propostas semelhantes nos programas de Guilherme
Boulos (PSOL), Márcio França (PSB) e Jilmar Tatto
(PT).

Na semana passada, o prefeito Bruno Covas (PSDB)
articulou com o presidente da Câmara Municipal,
Eduardo Tuma (PSDB), a votação de um projeto do
vereador Eduardo Suplicy (PT) para dar um auxílio de
R$ 100 para até 1,7 milhão de pessoas por três meses.
Na sabatina do Estadão, quinta-feira, Covas negou se
pautar por interesses eleitorais, como disseram
concorrentes, e disse que o município tem dinheiro em
caixa.

Criar programas semelhantes é promessa de Renata
Souza (PSOL), candidata no Rio; Goura Nataraj (PDT),
em Curitiba; e Hilton Coelho (PSOL), em Salvador.
Políticas voltadas a mulheres e mães são citadas por
Benedita da Silva (PT), no Rio; Fábio Junior (UP), em
Goiânia; e Capitão Wagner (PROS), em Fortaleza. Em
Porto Alegre, Fernanda Melchionna (PSOL) diz ser
possível dar R$ 600 às mães.
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