Clipping Banco Central (2020-10-22)

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Senado aprova escolhido de Bolsonaro para o STF


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O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

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Autor: Vinicius Valfré Daniel Weterman Marlla Sabino


O Senado aprovou ontem, por 57 votos favoráveis e 10
contrários, a indicação de Kassio Marques para o
Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a sabatina na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que durou
pouco mais de dez horas, o primeiro ministro do
Supremo indicado pelo presidente Jair Bolsonaro disse
que a Lava Jato precisa de "correções" e afirmou não
ver dificuldades jurídicas ou políticas para implementar
uma quarentena a juízes que desejam se candidatar
nas eleições. O projeto poderia atrapalhar eventuais
planos eleitorais do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.


Marques se definiu aos senadores como um
"garantista". "O garantismo judicial nada mais é do que
aquele perfil de julgador que garante as prerrogativas e
os direitos estabelecidos na Constituição", afirmou. O
novo ministro evitou se posicionar diretamente sobre a
prisão após condenação em segunda instância. A regra
foi derrubada em novembro pelo Supremo, o que
permitiu, por exemplo, a saída do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da prisão. "Essa matéria está devolvida ao
Congresso Nacional, entendo que é o foro mais do que


competente para traçar essas discussões", disse.

Com relação ao inquérito das fake news, relatado pelo
ministro Alexandre de Moraes e que tem como alvo
blogueiros e deputados que apoiam Bolsonaro, Marques
disse apenas que é "vedado" a qualquer magistrado
tecer opiniões. O novo ministro do Supremo foi
provocado sobre pautas de costumes, também ligadas
ao eleitor bolsonarista. Questionado a respeito de sua
posição sobre o aborto, declarou que é um "defensor do
direito à vida" e que o Judiciário já "exauriu as
hipóteses". Sobre direitos da comunidade LGBT,
respondeu que há uma "pacificação social". Recorreu
com frequência às "escusas" para evitar dar opiniões.
Alegou risco de descumprimento de normas da
magistratura, caso se manifestasse sobre temas que
poderá julgar no futuro.

Política.

Assim como a questão da segunda instância, o
Parlamento discute a criação de regras mais rígidas
para juízes que queiram entrar para a política, como
maior tempo de desincompatibilização, que, hoje, é de
seis meses. O assunto foi trazido à tona pelo senador
Renan Calheiros (MDB-AL), réu na Lava Jato, que
aproveitou para tecer críticas ao "estado policialesco" e
ao que definiu como perda de importância da presunção
de inocência. "Não vejo nenhuma dificuldade do ponto
de vista jurídico-normativo, não vejo também nenhuma
dificuldade do ponto de vista social e político para o
estabelecimento de quarentena para o magistrado ( que
quiser concorrer à eleição)", afirmou Marques.

Ao falar sobre a Lava Jato, Marques defendeu a
operação, mas ponderou que "correções podem ser
feitas". "As operações vão continuar sempre que houver
um fato em que incida uma norma sobre ele, se houver
conduta que mereça apreciação. A continuidade ou não,
não parte da vontade do Judiciário", disse ele.

Ao sinalizar o que pode ser sua atuação no Supremo,
Marques declarou não ter por hábito tomar decisões
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