Aero Magazine - Edição 317 (2020-10)

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MAGAZINE 317 | (^37)
EA550
No momento em que Cessna e Embraer
começaram a competir no segmento
VLJ, a Eclipse Aviation abriu um pro-
cesso de falência. A liquidação de seus
ativos se deu em 24 de fevereiro de 2009.
A estratégia dos gestores foi tentar salvar
o projeto em detrimento da empresa.
A Eclipse já havia conseguido entregar
mais de 200 exemplares do EA500, mas
o custo unitário do VLJ já era duas vezes
e meia maior do que o prometido e a
companhia operava seguidamente no
vermelho.
Foi preciso um aporte de recursos
para que o projeto renascesse em 2010,
sob os cuidados da Eclipse Aeroespace,
uma nova empresa que usava o mesmo
logotipo em cores diferentes. Quatro
anos depois, uma revisão do programa
trouxe ao mercado o EA550, com me-
lhorias em relação ao original, espe-
cialmente no cockpit – equipado com
sistemas de visão sintética e reforçada
(EVS), autothrottle e até freios anti-skid.
Em 2015, a Eclipse se tornou parte
da One Aviation, mas já não havia tempo
para a recuperação do seu VLJ. Em 2017,
após entregar os últimos seis exemplares,
a One fechou a linha de produção do
jatinho. Somente 33 unidades do EA550
foram produzidas. Em maio do mesmo
ano, após entregar 479 unidades do
Mustang, a Cessna também suspendeu a
fabricação do VLJ com o qual um dia so-
nhara dominar o segmento. Oficialmente,
o objetivo do fabricante foi concentrar
esforços no modelo M2, maior, mais veloz
e mais rentável.
CESSNA MUSTANG
A Cessna, que por décadas lide-
rou o mercado entry level com os
jatos da família Citation, enfren-
tava o Phenom 100 da Embraer
com o pequeno Mustang. Esse
VLJ da Cessna havia voado pela
primeira vez em abril de 2005,
ou seja, já estava no ar quando
a Embraer anunciou que tinha
planos para o setor.
O Citation Mustang era
um projeto novo, com o qual a
Cessna almejava conquistar a
hegemonia no mercado dos VLJ.
Tinha cabine oval, amplo espaço
interno para até cinco passagei-
ros, peso máximo de decolagem
de 8.645 libras (3.930 quilos),
suíte de aviônicos Garmin 1000
e dois motores Pratt & Whitney
Canada PW615F de 1.460 libras-
-força cada, o mesmo propulsor
adotado pelos Phenom 100.
Como curiosidade, esse motor é
aquele que teve o desenvolvimen-
to parcialmente financiado pela
remotorização dos EA500 em



  1. Mas, cinco anos mais tarde,
    a pioneira Eclipse estava passan-
    do por sérios problemas.

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