Aero Magazine - Edição 317 (2020-10)

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MAGAZINE 317 | (^49)
dispositivo presente até mesmo
nas menores aeronaves.
Apesar de aliviarem a carga
de trabalho do aviador, os siste-
mas de autothrottle/autothrust
não são dispositivos “mágicos”.
Eles apresentam limitações,
especialmente em condições
meteorológicas adversas ou após
falhas de alguns sistemas. O
entendimento de seus modos de
operação, o constante monito-
ramento e a pronta intervenção
por parte da tripulação quando
o sistema não opera adequada-
mente são fundamentais para
um voo seguro.



  • O piloto Paulo Marcelo Soares é
    comandante e instrutor de Airbus
    A320 e já voou as aeronaves
    F-100, A330 e E-195.
    Painéis do King Air
    (ao lado) e Vision
    (abaixo) com
    autothrottle
    Manetes de potência
    do A320: botão
    de desconexão do
    autothrust (seta
    vermelha) e detents
    do autothrust TOGA,
    FLX/MCT, CLB e Idle
    em condições visuais (VFR).
    Moving Map Displays tornaram
    a navegação mais simples e intui-
    tiva. Sistemas de aviso de tráfego
    que antes eram exclusivos dos
    grandes jatos garantiram muito
    mais segurança à operação em
    espaços aéreos congestionados.
    Dispositivos eletrônicos portáteis,
    como os tablets, substituíram os
    volumosos manuais de cartas de
    descida. Muitas dessas tecnolo-
    gias surgiram primeiro para os
    aviões comerciais e, rapidamente,
    tornaram-se disponíveis para os
    jatos e turbo-hélices de negócios e,
    mais tarde, até mesmo para as ae-
    ronaves a pistão da aviação geral.
    Hoje, monomotores ou
    bimotores leves modernos
    possuem recursos de automa-
    ção de voo comparáveis aos de
    qualquer jato comercial. Mas
    ainda lhes falta uma peça-chave:
    justamente o autothrottle. Isso
    ocorre em parte pela complexi-
    dade inerente ao sistema. Além
    da instalação de componentes
    mecânicos que atuem nos ma-
    netes, um sistema de autothrot-
    tle em aeronaves a pistão teria
    de gerenciar três alavancas por
    motor (potência, passo e mis-
    tura). Sim, como diz o ditado,
    para a engenharia, tudo é tecni-
    camente possível, mas nem tudo
    é economicamente viável. Este
    é o atual desafio dos projetistas:
    criar um sistema de autothrottle
    que seja simples, confiável, com-
    pacto e, principalmente, de cus-
    to acessível ao operador de uma
    aeronave de pequeno porte. Até
    os dias de hoje, isso parecia ser
    uma missão impossível.
    As coisas estão mudando. Os
    lançamentos de sistemas para aero-
    naves de pequeno porte prometem
    dar fôlego novo para a pilotagem
    na aviação geral. Destaque para o
    modelo “Thrustsense”, da empresa
    americana Innovative Solutions
    & Support, desenvolvido para as
    novas aeronaves turbo-hélices King
    Air 360 e Pilatus PC-12NGx, para
    o sistema de autothrottle do novo
    TBM-940 e para o revolucionário
    sistema Autonomi da Garmin, que
    proverá uma inédita capacidade de
    pouso automático para a família
    TBM, o Cirrus Vision Jet e o Piper
    M-600. Uma solução para aerona-
    ves a pistão será a popularização do
    FADEC, com manete único para
    controle de potência do motor,
    eliminando os manetes de passo e
    mistura, como já é o caso do Dia-
    mond DA-62, que usa motores
    de ciclo Diesel. Essa arquitetu-
    ra abre um caminho para, no
    futuro, termos esse importante

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