Aero Magazine - Edição 317 (2020-10)

(Antfer) #1

MAGAZINE 317 | (^55)


Q


uando os grandes
navios passaram
a cruzar os mares
da Terra, um pro-
blema surgiu para
os antigos capitães: como calcular
a velocidade da embarcação (e
fazer estimativas de sua posição)
quando se está navegando na
superfície fluida de um oceano,
sem nenhuma referência física
ou visual. Por estranho que nos
pareça hoje em dia, até meados do
século 19, a maneira mais usual
de calcular essa velocidade era
usando um flutuador, um cordão
e uma ampulheta, como se vê em
algumas superproduções sobre pi-
ratas. O flutuador era, usualmente,
um painel de madeira semicircu-
lar com pesos em uma das bordas.
Na água, ficava quase totalmente
submerso e perpendicular à
superfície – o mais “fixo” possível
à massa líquida ao seu redor e
livre da ação dos ventos. Atava-se
a ele uma corda fina e resistente,
ligada a um grande carretel na
popa do navio. A corda tinha
uma sequência de nós, amarrados
a uma distância fixa de 47 pés e
3 polegadas (aproximadamente
14,4 metros) uns dos outros. Um
marinheiro lançava o flutuador
da popa do navio em movimento
e liberava a linha do carretel. À
medida que o navio se afastava do
flutuador, um tripulante contava
os nós que passavam por seus
dedos, enquanto o outro acio-
nava uma ampulheta (relógio de
areia) que marcava períodos de 28
segundos. A contagem dos nós em
relação ao tempo permitia que se
fizesse uma aferição aproximada
da velocidade de deslocamento,
indicada em “nós”. Essa informa-

Free download pdf